Xi Jinping, presidente da China (Foto: Divulgação/Governo da China)
Em agosto de 2017, Xi Jinping, presidente da China, prometeu acabar com a pobreza no país até 2020. Mas como ele conseguirá fazer com que 43,3 milhões de pessoas deixem de ser pobres?
Vale destacar que a pobreza está concentrada em 22 províncias do centro e do oeste da China. São áreas rurais, em regiões montanhosas e remotas, com minorias étnicas ou atingidas por desastres naturais, como inundações e terremotos. Para se ter uma ideia, a população rural chinesa corresponde a 44% dos mais de 1,3 bilhão de habitantes.
O governo central chinês segue os parâmetros da ONU (Organização das Nações Unidas) e considera pobre quem vive com menos de US$ 1 por dia, o que significa que está nesta situação quem tem uma renda per capita anual abaixo de 2,5 mil iuanes (cerca de R$ 1,25 mil).
Entre as políticas de redução da pobreza rural estão programas de apoio a cooperativas agrícolas e ao turismo rural, isenção de impostos para os trabalhadores rurais, ampliação da cobertura dos serviços médicos e da educação obrigatória gratuita e microfinanciamentos a juros baixos a domicílios pobres para melhorar a produtividade no campo.
Pobreza na China se concentra em regiões rurais (Foto: Reprodução)
"Será a primeira vez na milenar história da China que não haverá pobreza extrema no país", disse o presidente Xi Jinping.
O vice-inspetor do Escritório de Redução da Pobreza do governo local, Zhang Haipeng, revelou que dos 91 milhões de habitantes de Sichuan, província no sudoeste do país, 2,7 milhões são pobres. "Ao mesmo tempo em que tivemos um desenvolvimento econômico acelerado nos últimos anos, ainda temos uma tarefa muito árdua no trabalho de redução da pobreza", destacou ele.
Segundo as autoridades locais, 1 milhão de pessoas deixaram de ser pobres nos últimos cinco anos na província de Liaoning, no nordeste da China. O número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza foi reduzido de 1,26 milhão para 240 mil, e a proporção de pessoas indigentes caiu de 5,4% para 1% ao longo do período.
O governo provincial ajudou 1.121 aldeias empobrecidas e quatro municípios a diminuir a pobreza durante esse período, melhorando a construção de infraestrutura e os serviços públicos. O relatório de trabalho do governo provincial aponta que o objetivo é tirar da pobreza em 2018 mais 150 mil moradores, 500 aldeias e seis municípios.
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"Aplicamos diferentes políticas a diferentes pessoas e lares pois são diversas as causas da pobreza", explicou Zhang Haipeng. De acordo com ele, entre as medidas para retirar a população da pobreza figuram o desenvolvimento industrial para aumentar a geração de postos de trabalho e a ampliação da assistência médica: "De acordo com as estatísticas, a enfermidade é a causa da pobreza para 1 milhão de pessoas em Sichuan. Nosso objetivo é que possam ter acesso a serviços de saúde. Os gastos médicos não podem ultrapassar 10% da sua renda. O restante é coberto pelo governo".
Outro mecanismo são os subsídios a quem perdeu a capacidade de trabalho. Segundo Haipeng, a província de Sichuan tem 1 milhão de habitantes nessa situação. Para esses casos, o governo paga 3,3 mil iuanes (cerca de R$ 1,65 mil) ao ano a cada pessoa: "Quem ganha menos que 3,3 mil iuanes é considerado pobre em Sichuan".
Nos povoados de Nanshan e Yongtai, no distrito de Zhongjiang, em Sichuan, o trabalho de erradicação da pobreza é feito por meio do incentivo ao turismo rural e ao desenvolvimento da indústria agrícola, com produção de uvas, kiwis, gengibre e cogumelos.
Moro na China desde 2005 e posso dizer que poucas promessas do governo local não foram cumpridas. Erradicar a pobreza é algo que o país pode sim conseguir. Resta esperar para ver! |