Especialista analisa o impacto da Inteligência Artificial na fotografia esportiva
Por: Portal RedeTV
Publicada: 12/02/2025 - 15:46
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Por João Florêncio*
A Inteligência Artificial (IA) tem revolucionado diversos setores, e a fotografia esportiva não é exceção. Com ferramentas cada vez mais sofisticadas, a tecnologia está transformando o modo como imagens são capturadas, editadas e distribuídas. No entanto, essa revolução também levanta questionamentos sobre autenticidade, ética e o papel do olhar humano. Para entender melhor esse impacto, conversamos com a renomada fotógrafa brasileira Renata Ottoni, cuja trajetória na fotografia é marcada por experiência, criatividade e uma visão apurada sobre o mercado.
Renata Ottoni atua na fotografia desde 2008, trazendo um olhar refinado e sensível para cada projeto. Formada em Design Gráfico e Comunicação Visual pelo Senac São Paulo, construiu uma carreira passando por diversas áreas da fotografia. Trabalhou ao lado da renomada Fernanda Scott na fotografia de casamentos, contribuiu para a Editora Trip e expandiu sua atuação para o marketing como diretora na D2F, empresa de arquitetura.
No campo audiovisual, destacou-se como diretora de fotografia na Pexera Produções, participando de videoclipes de bandas como Restart, Gloria e Fresno. Sua paixão pelo esporte a levou-a a novos horizontes no exterior, onde fotografou para os times profissionais de futebol Loyal SC e Wave FC.
Para Renata, a IA tem impactado profundamente a fotografia, trazendo facilidades que vão desde a edição automatizada até a melhoria de imagens. “A IA tem mexido bastante com o mundo da fotografia! Ela facilita a edição, melhora imagens e até sugere composições – o que pode ser ótimo para agilizar o fluxo de trabalho. Hoje, temos ferramentas que reduzem ruído, ajustam cores e até recriam partes da foto de forma superinteligente. Mas, no fim das contas, a IA é só uma ferramenta. O que realmente faz diferença é o olhar do fotógrafo e a história que ele quer contar.”
Essa tecnologia tem sido especialmente útil para a fotografia esportiva, onde a rapidez e a precisão são essenciais. A IA permite selecionar automaticamente as melhores imagens de uma sequência, melhorar a nitidez e até reconhecer atletas, acelerando o fluxo de trabalho de fotógrafos que precisam entregar materiais rapidamente.
Entretanto, a ascensão da IA também traz desafios éticos, principalmente no jornalismo e na fotografia documental. “O grande lance aqui é ser transparente. Se uma foto foi muito alterada por IA, principalmente em áreas como jornalismo ou documentário, é importante deixar isso claro. A ética na fotografia sempre esteve ligada à verdade da imagem – então, criar algo que possa enganar as pessoas, seja alterando um contexto ou mudando algo de forma irrealista, pode ser um problema. A IA pode ajudar, mas não pode substituir a responsabilidade que temos como fotógrafos.”
Para Renata, essa responsabilidade é essencial para manter a credibilidade do profissional e preservar a confiabilidade das imagens, especialmente em um mundo onde a manipulação digital está cada vez mais avançada.
Com o avanço constante da tecnologia, a previsão é de que a IA continue aprimorando ferramentas e facilitando processos, sem substituir a essência da fotografia. “Acho que a IA vai continuar evoluindo como uma ferramenta poderosa – câmeras mais inteligentes, softwares que ajudam na composição, edição automatizada… Mas o toque humano sempre vai ser essencial. A fotografia não é só sobre ter uma imagem perfeita, é sobre capturar emoções, contar histórias e criar conexões. Então, a IA pode facilitar muita coisa, mas o olhar criativo e a sensibilidade do fotógrafo ainda serão insubstituíveis.”
Para os fotógrafos esportivos que estão começando a explorar o uso da IA, Renata dá um conselho valioso: “Se você fotografa esporte, a IA pode ser uma baita aliada! Ela pode te ajudar a filtrar as melhores imagens rapidamente, melhorar nitidez e até reconhecer atletas automaticamente. Mas o essencial é continuar treinando o olhar e a intuição – porque capturar aquele momento exato, cheio de emoção, ainda depende 100% do fotógrafo. Então, use a IA para agilizar seu fluxo de trabalho, mas não deixe que ela tire sua assinatura das fotos!”