Psicóloga alerta para a necessidade de limitar o tempo das crianças à frente de games eletrônicos

Publicada: 07/11/2022 - 11:43


Nanda Perim, especialista em Inteligência Parental, criadora do Método PsiMama, alerta para os malefícios do uso indiscriminado de smartphones na infância

Com o avanço da tecnologia nos games, chegamos a um ponto em que é possível jogar a qualquer hora e a qualquer lugar apenas no smartphone ou tablet, não mais sendo necessário um console e uma TV ligada à energia elétrica. Entretanto, é preciso bastante cuidado para não exagerar no número de horas dedicadas ao game, principalmente quando se é criança. É o que explica a psicóloga Nada Perim, criadora do “Método PsiMama”, que auxilia pais e mães a tornar o dia a dia com os filhos mais leve.

“É Importante observar não só o conteúdo que está sendo consumido, mas também o tempo de tela vivenciado pelas crianças, porque pode influenciar no seu desenvolvimento. Uma exposição exagerada pode interferir na fala, na imaginação e na aquisição de habilidades por parte dos pequenos”, alerta.

Nanda Perim é psicóloga (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as telas eletrônicas não deveriam ser usadas no primeiro ano de vida dos bebês. Não é indicado o uso de dispositivos com telas como celulares e tablets de modo passivo, ou seja, quando a criança fica apenas parada assistindo ao conteúdo.

“O uso de telas antes dos dois anos de idade e o uso constante dos dois aos quatro anos trazem muitos malefícios. Isso porque as crianças não gastam energia de que precisam ao usar celulares e tablets e isso se reflete no sono delas. Com isso, ela aprende a brincar apenas com coisas que devolvem a ela um resultado muito rápido. Ao se desconectar das telas, o mundo real passa a ser menos interessante. Além disso, o uso prolongado de telas libera muita dopamina – hormônio que produz a sensação de bem-estar – e acaba por estabelecer essa medida de satisfação para a criança e uma necessidade de ter prazer o tempo todo”, explica Nanda Perim.

Ainda de acordo com a OMS, a exposição a telas eletrônicas, por qualquer período, não é recomendada para crianças menores de dois anos e o tempo de tela sedentário não deve ser superior a uma hora por dia para crianças de dois a quatro anos. Além dos problemas no desenvolvimento, pode ocasionar dificuldades de relações sociais e transtornos mentais.

“Os smartphones são mecanismos que deixam a criança extremamente vulnerável a predadores (pedófilos e sequestradores). A criança é um ser que acredita em tudo o que é dito para ela. Mesmo que se tenha algum combinado para protegê-la de pessoas maldosas, existe um nível de malícia que demanda uma maturidade e discernimento que ela ainda não tem”, alerta Nanda Perim.

Dicas da PsiMama Nanda Perim para diminuir o tempo de tela dos pequenos:

  • Crie uma rotina bem estruturada com horários definidos para cada atividade do dia. Uma rotina pré-estabelecida diminui a chance de matar o tempo com dispositivos eletrônicos;
  • Estabeleça horários para usar as telas com tempo para iniciar e acabar e se certifique que esse horário de término tenha três avisos para que não seja interrompido repentinamente;
  • Além do tempo, organize a qualidade desse uso, pesquisando e sugerindo atividades que estimulem o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem de novos conteúdos, como aplicativos que ensinam outros idiomas, desafios de matemática e de raciocínio lógico como Sudoku e jogo dos 7 erros.


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