Academia da Tijuca (RJ) retira bolsistas e proprietário da Delfim condena atitude; leia
Por: Redação
Publicada: 06/09/2018 - 16:13
Por Mateus Machado
Na última segunda-feira (3), através de sua coluna em “O Globo”, o jornalista Ancelmo Gois revelou que pais de uma tradicional academia na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, se reuniram e fizeram um abaixo-assinado exigindo que três crianças bolsistas fossem retiradas das aulas de Jiu-Jitsu que são ministradas na equipe. Os meninos, moradores do Salgueiro, não pagam para praticar a arte suave no local, já que faziam parte de um projeto social existente na academia.
O caso repercutiu bastante nas redes sociais e diversas pessoas se mostraram totalmente contrárias à atitude tomada pela academia. Desta maneira, a TATAME entrou em contato com Gabriel Ribeiro, proprietário da Academia Delfim, também localizada na Tijuca, que é uma referência no Boxe e, além de formar grandes atletas, mantém uma série de projetos sociais. A Delfim oferece atualmente atividades especiais para jovens e idosos, e também emprega ex-presidiários, uma das causas do projeto de ressocialização da instituição.
“Eu soube qual foi a academia que fez isso, mas não vem ao caso falar qual é, pois já é algo antiético. Está todo mundo falando disso na internet. Agora é a hora de mostrar que a Delfim, com a ONG Mais Vida, é um local que cuida do indivíduo, é muito mais que uma academia, é uma família. Esse é o caminho que devemos construir. Muitas pessoas pensaram que esse caso tinha acontecido na Delfim, mas se enganaram. É só para pensar em quantos bolsistas estão aqui, o convênio que temos com projetos sociais, temos ex-detentos que trabalham aqui comigo. Esse caso me deixou muito triste, porque, por nenhum motivo, isso deveria ter acontecido. Foi uma lástima”, disse Gabriel.
Vale ressaltar que a ONG Mais Vida, criada por Gabriel Ribeiro em 2015, realiza convênios com organizações que acolhem portadores de deficiência física e moradores de baixa renda, provenientes de comunidades carentes do Rio de Janeiro e que treinam na academia como bolsistas.
“A academia Delfim nasceu em 2007 e sempre teve essa visão de ser igual a Nobre Arte, de propor o Boxe para as pessoas que não podem pagar. Sempre ofereci bolsas e, em 2015, nasceu a Mais Vida e, com isso, eu entendi o que é uma associação, o que é uma ONG. Como eu já fazia muitas coisas, eu só aumentei a minha atenção para esses projetos e vi que era o que eu queria para a minha vida. Hoje eu trabalho com seis ex-detentos, eu abro bolsas e tenho um núcleo na Vila Mimosa, um outro na comunidade do Borel e estamos desenvolvendo mais um na Vila Kennedy, fora as bolsas que eu ofereço dentro da academia para as pessoas que moram nas áreas de exclusão social, como é no Salgueiro, Turano, Borel, entre outros. Eu trabalho e ofereço a minha academia e o nosso serviço com o maior prazer para essas pessoas. Na Delfim, nós trabalhamos a interação entre os pobres, os ricos, os mais novos e os mais velhos. Aqui, todos são um só”, concluiu o experiente Ribeiro.
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