Após fritar casca de batata para ter o que comer, lutador dá a volta por cima e busca sucesso no MMA

Publicada: 29/01/2020 - 11:34


Jefferson Pitbull quer seguir em busca do seu sonho de ser um lutador de elite (Foto arquivo pessoal)

Oito lutas, sete vitórias, cinco delas por nocaute. Quem olha apenas o cartel de Jefferson Braga “Pitbull” não sabe o que ele passou para conquistar um recorde positivo no MMA. Morador de Guaratiba, ele começou nas artes marciais aos dez anos através do Kung Fu. Em seguida conheceu o Kickboxing e o Muay Thai, e daí foi um pulo para o MMA. Mas toda essa transição não foi fácil para Jefferson. Os pais não gostavam de vê-lo praticar lutas e faltava dinheiro para colocar comida na mesa. Para piorar, ele ainda sofreu uma lesão que quase deu fim à sua carreira. Mas, aos 31 anos, ele deu a volta por cima e superou todas as adversidades para dar prosseguimento ao seu sonho de se tornar um lutador.

“Comecei a minha trajetória no MMA de uma forma bem difícil. Tudo na minha vida foi com muita dificuldade. Teve um momento na minha que eu e a minha esposa fritávamos a casca da batata para podermos almoçar. Trabalhei amassando panela, vendendo fio, bujão de gás… Tudo para conseguirmos nos alimentar em casa. Na minha terceira luta de MMA sofri uma lesão na mão e achei que fosse o fim da minha carreira. Tiver que passar por um cirurgia e o médico disse que eu precisava de no mínimo seis meses de recuperação para saber se eu poderia voltar a lutar. Mas com seis meses eu já estava lutando”, contou.

Jefferson encarou todas dificuldades ao lado da esposa, com quem tem uma filha de quatro anos. Um emprego como instrutor de segurança deu estabilidade a ele, mas o sonho de ser lutador profissional de MMA falou mais alto. Após conhecer o faixa-preta Chicão Bueno, ele decidiu largar o emprego e se dedicar 100% ao esporte. Ele já venceu duas lutas pela nova academia, a Pr1meira Fight, e tem todo a confiança e o suporte de Chicão para dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido.

“Hoje tenho muito mais suporte. O Chicão tem me treinado, me lapidado e me orientado. Conversei com ele e com a minha esposa e resolvi largar o meu emprego como instrutor de segurança, porque acredito que o meu sonho pode ser realizado. Esse trabalho me deu estabilidade financeira, mas eu via o meu sonho cada vez mais distante. Não tinha como trabalhar, me dedicar a minha família e conseguir treinar”, explicou o casca-grossa.

E não foi só o apoio do treinador e da esposa que o encorajaram a seguir. Seus pais também passaram a apoiá-lo. Há seis anos, sua mãe fez uma surpresa que marcou Jefferson, e o fez acreditar mais no sonho.

“Meus pais nunca gostaram muito que eu lutasse, mas aos 24 anos minha mãe me chamou para ir ao shopping e entramos em uma loja de esportes. Eu não estava entendo nada e ela falou: ‘Meu filho, escolhe o material que você precisa para treinar’. Aí comecei a chorar. Foi uma coisa que nunca imaginei que fosse acontecer, e hoje vejo toda a minha família me apoiando e acreditando no meu sonho”, concluiu.

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