Árbitro brasileiro relata impacto da Covid-19 no Judô e expectativa para participar das Olimpíadas de Tóquio
Por: Redação
Publicada: 04/05/2020 - 15:41
Por Mateus Machado
Com grande parte de sua vida construída em Belford Roxo, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Jeferson Vieira tem sua trajetória diretamente relacionada ao Judô. Praticante da arte marcial desde seus nove anos de idade, se formou faixa-preta aos 18 e, a partir disso, construiu uma história grandiosa. Professor de Educação Física, Jeferson se tornou árbitro internacional da modalidade, nível A, e graças ao Judô e seu ótimo trabalho, já esteve em quase 100 países e fala oito idiomas.
Nos dias atuais, Jeferson Vieira é um árbitro consagrado, mas a caminhada ocorreu em etapas no cenário do Judô. A carreira na arbitragem teve início aos 24 anos no circuito estadual. Aos 28, se tornou árbitro nacional e aos 32, sul-americano. O carioca seguiu evoluindo e aos 36 já era árbitro pan-americano, até que, aos 42, chegou ao nível A da categoria internacional. O profissional, sexto Dan na trajetória judoca (faixa laranja), soma 30 anos de atuação e também ocupa o cargo de Superintendente Executivo da Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro (FJERJ).
Com participação nas Olimpíadas do Rio em 2016 como Oficial Técnico e também como árbitro paralímpico, Jeferson estava na expectativa de também participar dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, no Japão. No entanto, a grandiosa competição precisou ser adiada por conta da pandemia global do coronavírus e, ao que tudo indica, deverá ocorrer em julho de 2021. Em entrevista à TATAME, o árbitro falou sobre o processo de escolha dos árbitros para as Olimpíadas e Paralimpíadas.
“A FIJ (Federação Internacional de Judô) tem um quadro que faz todo o circuito mundial. Somos 30 árbitros e ainda não foram selecionados os árbitros que iriam para as Olimpíadas. Desses 30, quase todos devem ser selecionados. A FIJ não decidiu ainda e provavelmente só vai definir isso (escolha dos árbitros para os Jogos de Tóquio) no ano que vem, né, por conta do Coronavírus. Estamos fazendo o circuito mundial e aguardando as respostas da Federação. Nesse grupo de 30 árbitros, são dois brasileiros, e pouquíssimos países contam com dois árbitros nesse seleto grupo, acredito que no máximo quatro ou cinco países contam com isso”, contou Jeferson, que também comentou sobre o impacto do coronavírus no Judô.
“O Coronavírus afetou o mundo inteiro, não seria diferente no Judô. Nós já tínhamos cinco convocações, cinco eventos até o mês de junho para fazer, mas todos eles foram cancelados e não sabemos quando tudo vai retornar. A FIJ cancelou todos os eventos até o dia 30 de junho, antes disso não teremos eventos, certamente. Estamos no aguardo e na expectativa para que o calendário de competições seja retomado ainda este ano para que possamos fazer nosso trabalho da melhor maneira possível”, encerrou.