Árbitro explica ‘controvérsia’ em luta do SFT Xtreme 4 e se pronuncia a respeito
Por: Redação
Publicada: 14/01/2022 - 12:04
Realizado no último sábado (8), o SFT Xtreme 4 contou com grandes lutas, nocautes e um novo campeão peso-galo consagrado, mas um acontecimento no co-main event também marcou a edição. O duelo em questão foi entre Kevem Felipe e Vinicius Dionizio, pela divisão dos meio-médios, e terminou com triunfo do Vinicius por nocaute no fim do segundo round.
Após dar o primeiro knockdown, receber o troco de Kevem em dose dupla, ir à lona, mas conseguir resistir ao término do primeiro assalto, Vinicius voltou com tudo no segundo round e, numa reviravolta, nocauteou Kevem Felipe ao encaixar uma sequência brutal de golpes.
Alguns fãs e atletas, porém, reclamaram da decisão do árbitro central, Edy Dias, de permitir Vinicius retornar para o segundo assalto, questionando a contagem de 10 segundos. Em declaração, Edy, que além de árbitro também é líder da equipe Extreme Team, deu sua versão.
“A equipe e os torcedores do atleta Kevem Felipe não estão aceitando essa derrota e estão tirando o mérito do seu adversário, Vinicius Dionizio, que foi resiliente e merecedor do resultado. Recebi elogios da organização pela minha atuação e do Anderson Berinja, que é um dos comentaristas e lutador profissional. O fato da discórdia ocorreu nos segundos finais do primeiro round, quando o Kevem acertou um soco direto na ponta do queixo do Dionizio, que caiu de cara na lona. Assim que houve o knockdown, bateu a claquete de aviso dos 10 segundos finais do assalto, e por conta disso começou essa discussão”, disse Edy, que prosseguiu:
“Na hora que o Vinicius foi para a lona, o Kevem, no calor do momento em um ação totalmente voluntária e contínua, ameaçou atacar o Vinicius quando este já estava caído, o que me obrigou a proteger a integridade física dele com um empurrão para afastar o Kevem, um procedimento padrão. O Kevem, em decorrência da sua má conduta, beneficiou o adversário. Eu só poderia abrir a contagem quando ele estivesse no córner neutro, lembrando que o round já havia encerrado. O Kevem não foi para o córner neutro, muito pelo contrário. Além de tentar bater no Dionizio no solo, se aproximou novamente quando eu estava no meio da contagem protetiva, o que gerou um novo atraso beneficiando novamente o Dionizio. Lembrando que nas regras do SFT Xtreme, a conduta do atleta que aplica um knockdown no adversário é se afastar imediatamente, se dirigindo rapidamente para o córner neutro para que comece a contagem protetiva do árbitro. A contagem com limite de 8 segundos para estar de pé e se prolongar até 10 segundos é para encerrar definitivamente a luta, e só pode ser aberta quando o atleta que aplicou o knockdown estiver posicionado corretamente no córner neutro”.
“No momento em que o atleta Vinicius Dionizio estava na lona, os cronometristas soaram o alerta de corneta para me avisar que o round havia encerrado seu tempo regulamentar, aviso esse em som que infelizmente não foi captado pela emissora na gravação da transmissão. Eu fiz, sim, a abertura da contagem conforme a regra, mesmo quando o round havia encerrado. Após os desentendimentos, com o Kevem tendo que ser afastado, quando eu estava com a contagem no número 7, o Vinicius já estava de pé, eu fiz contato visual com ele e dei por encerrado o round. Liberei o Dionizio para o seu córner e o Kevem estava no caminho dele. Pela terceira vez, intercedi, fato esse que está muito nítido no vídeo. Algumas pessoas também falaram do Dionizio ter segurado na grade, mas isso só aconteceu depois que eu havia encerrado o round, quando a contagem também estava encerrada. Depois do intervalo, vi que o Vinicius estava em condições de seguir na luta. Com certeza foi um grande combate, com dois dos melhores atletas do Brasil e acho que seria muito interessante uma revanche”, comentou.
Árbitro profissional há cerca de 15 anos, Edy Dias atualmente faz parte da equipe Fight One, liderada por Flávio Almendra – uma referência no meio. Ele também está no SFT Xtreme desde 2019, e finalizou falando sobre o papel da arbitragem no mundo das lutas.
“O árbitro deve ser um eterno aluno, estar sempre estudando e se aprimorando, ser 100% imparcial. Ele não pode atrapalhar o show, pois quem dá show são os atletas, tem que aguentar viver sob pressão, agir com frieza no cumprimento das regras e estar sempre bem posicionado com ângulo em V para ter a melhor visão possível da luta. Além, claro, de estar preparado para suportar a temperatura e o ritmo do combate”.
Presidente se pronuncia
David Hudson, presidente do SFT, também falou sobre o tema. O dirigente garantiu que a arbitragem é algo independente do evento, mas ressaltou sua confiança no Flávio Almendra e equipe, destacando o profissionalismo dos envolvidos.
“Importante citar que a arbitragem é totalmente independente do evento, não temos poder sobre ela. Nosso papel é colocar uma arbitragem competente, que possa fazer o trabalho correto, e o Flávio e sua equipe são os melhores em arbitragem do Brasil hoje. Erro nítido não aconteceu, isso é uma certeza, mas erros ocorrem na arbitragem o tempo todo, em diversos esportes, pois somos humanos. Muita gente achou que o gongo fez com que a contagem fosse parada, mas não. O árbitro terminou a contagem, não parou com o gongo, e na visão dele o atleta (Vinicius Dionizio) estava bem para continuar. A prova disso é que ele ganhou a luta”, opinou David.