Bolsa para atletas começa a fazer de Magé um celeiro de novos talentos do esporte

Publicada: 05/10/2020 - 9:35


Thalia Silva, de 15 anos, voltou do Pan-Americano de karatê, em Buenos Aires, com uma medalha de ouro e uma de bronze. Vinicius Coelho, de 42 anos, garantiu, por dois anos seguidos, a liderança do ranking da Federação de Jiu-Jítsu do Estado do Rio e ainda levou o vice-campeonato brasileiro de sua categoria. Thalia e Vinicius são atletas de gerações diferentes. Mas têm um fator importante em comum: ganharam destaque em competições de peso empurrados, enfim, pelo apoio financeiro que os atletas tanto sonham. Inscritos no Programa Bolsa Atleta da Prefeitura de Magé, eles passaram a se preocupar apenas em melhorar seus rendimentos. E os resultados expressivos apareceram.

“A implementação do programa Bolsa Atleta foi um divisor de águas no esporte de alto rendimento da nossa cidade – explica Wagner Rosa, secretário de Esporte, Turismo, Lazer e Terceira Idade do município da Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio de Janeiro. – O programa destina recursos para os atletas com bons resultados, em todas as modalidades esportivas, que sonham competir em altíssimo nível. O incentivo fez com que eles se dedicassem quase que exclusivamente ao esporte. Aí, os resultados melhoraram. A médio prazo, podemos nos tornar um celeiro de grandes promessas para o esporte nacional”, completa Rosa, ex-árbitro de futebol, que integrou o quadro da CBF até 2014.

O programa foi criado em 2018 no município. De lá pra cá, vem destinando R$ 500 mil por ano para atletas moradores de Magé, como Thalia e Vinicius. As bolsas variam de R$ 450 e R$ 2.700, de acordo com os níveis técnicos, que vão de atleta amador a atleta de nível internacional. A pandemia do novo coronavírus deu uma esfriada nas competições, mas os valores continuaram sendo pagos.

“Em breve, quando tudo isso passar, os torneios de expressão serão retomados e vamos ver mais bons resultados para o município”, estima Rosa, acrescentando que Thalia trocou de modalidade este ano e deixou o programa.

Magé vem se destacando pelo incentivo e auxílio aos atletas locais (Foto: Divulgação)

Além de patrocinar atletas iniciantes e de alto rendimento, o programa despertou, ainda mais, o interesse esportivo dos jovens do município.

“Sabe aquele sonho que a garotada tem de ser atleta reconhecido no mundo todo? Então! Está em alta por aqui. Tivemos uma evolução muito grande na participação da população nas atividades esportivas da cidade. Estão vendo o incentivo. Esse é o primeiro passo para formar atletas. Sem contar a importância do esporte como ferramenta para saúde, educação e bem-estar. Tudo melhora com o esporte”, diz o prefeito Rafael Tubarão.

COMO SE INSCREVER

Para conseguir entrar no Programa Bolsa Atleta, o interessado precisa ter, no mínimo, 12 anos e ser federado, ou seja, ter registro na entidade estadual ou nacional da sua modalidade. Os candidatos devem apresentar um plano anual de participação com, no mínimo, uma competição oficial, além de planejamento de preparação e treinamento para competições de âmbito estadual, nacional e internacional.

“A lei estabelece quesitos para o recebimento da bolsa. A comissão de análise do programa é a responsável pelos critérios técnicos de seleção e aprovação, bem como pela prestação de contas.  Não sou filiado a nenhum partido político, sou um gestor técnico e administrativo. E é assim que o projeto funciona. Apenas por critérios técnicos”, garante Rosa.

ESPORTE, SAÚDE E BEM-ESTAR

Com sete ginásios poliesportivos funcionando na cidade com professores de Educação Física à disposição, houve um aumento de até 40% no número de praticantes de atividades esportivas em Magé, segundo dados da secretaria.  Os praticantes têm aulas de futsal, vôlei, basquete, karatê, capoeira, além de atividades como zumba, balé infantil, circuito, ioga, pilates e dança de salão.

“Este crescimento se deu pela qualidade das aulas. Hoje, o aluno vê a atividade proposta como atividade esportiva, de saúde, de qualidade de vida e social”, diz Rosa, destacando a adesão maciça de moradores da terceira idade: “Temos o grupo da longevidade, com cerca de 1.000 atendimentos a idosos nos ginásios. Este público vê nessas atividades a sua segunda casa. Proporcionar isso é muito satisfatório”.

Rosa diz que se sentiu recompensado ao ouvir, de um menino de 14 anos, uma frase que martela em sua cabeça até hoje.

“Logo depois que ganhou a prova dos 600m (atletismo) dos Jogos da Baixada, em 2018, ele virou pra mim e falou: ‘É, tio, ontem eu estava correndo da polícia e hoje corri pra ganhar uma medalha’. Naquele momento, toda a equipe se comoveu e teve a noção exata da importância do esporte na vida das crianças e daquele trabalho no município”, encerrou.

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