Brasileiro celebra nocaute em 16s e mira melhores chances na carreira: ‘Quero meu trabalho sendo reconhecido’
Por: Redação
Publicada: 15/04/2021 - 8:49
Por Mateus Machado
Adonilton Matos, ou no mundo da luta, “Dony Terrier”. Com um extenso cartel de 21 vitórias e oito derrotas no MMA profissional, o lutador da equipe Killer Bees, comandada pelo treinador Tony Geleia, conquistou no último sábado (10), pelo evento mexicano Budo Sento Championships (BSC), a vitória mais importante da sua carreira ao nocautear o ex-lutador do UFC Wilson Reis em apenas 16 segundos de combate, conquistando seu sétimo triunfo nas últimas nove lutas que fez nas artes marciais mistas.
Atualmente com 33 anos, o atleta peso-galo, natural de Serrinha, na Bahia, conversou com a TATAME e, ainda em êxtase, exaltou a importância da vitória diante de um adversário experiente e que acumulou boa passagem pela maior organização de MMA do mundo. Com o resultado positivo, Dony Terrier espera ter oportunidades cada vez melhores em sua carreira no MMA.
“Realmente, foi a vitória mais importante da minha carreira até o momento. Uma vitória sobre um oponente muito duro e experiente, afinal, o Wilson Reis já foi candidato a disputar cinturão no UFC. A importância dessa vitória é a mudança na minha carreira. É um degrau a mais que a gente sobe e, para estar entre os melhores, temos que lutar contra eles. Acabo de vencer essa luta e tenho certeza que as coisas vão mudar. Virão propostas melhores, lutas mais duras e melhores, e eu estou pronto. Eu já vinha treinando por isso, há praticamente um mês eu tinha lutado aqui no México, fiz cinco rounds, perdi nos pontos, mas eu estava focado e tinha certeza que foi um detalhe que me fez perder a luta anterior. Eu sabia que estava no caminho certo e, quando me ofereceram a luta contra o Wilson Reis, eu e meu treinador, Tony Geleia, sabíamos que era a oportunidade da minha vida que tinha chegado e eu estava pronto para isso”, destacou o casca-grossa, que na sequência, falou sobre o atual momento da sua carreira e os objetivos que visa cumprir.
“Sou um cara meio diferente em relação a isso (de ter o sonho de lutar no UFC). Todo mundo tem o sonho de lutar no UFC, falam disso sempre. Claro que quero e gostaria de lutar no Ultimate, mas tenho contrato com o Combate Global, antigo Combate Americas, mas como não tenho visto americano, ainda não pude lutar nos EUA. O evento está parado aqui no México, daí lutei como convidado no Budo Sento Championships. Eles me convidaram e eu lutei, até porque era o duelo que eu precisava. Eu sou um sonhador, é isso que me mantém vivo. Quero lutar, viver do que eu amo fazer, não importa se é no Bellator, no UFC, no ONE Championship. Só quero ver meu trabalho sendo reconhecido e ver minha família bem, é o que importa. Vamos ver o que o destino nos reserva. Além disso, gostaria de agradecer minha esposa, Tatiane, por todo esse tempo que ela está batalhando ao meu lado. Nos momentos que eu quis parar, ela não deixou, fazendo com que eu acreditasse sempre no meu potencial e nas minhas qualidades. Ela é uma guerreira e eu sou muito grato”.
Profissional no MMA desde 2012, Dony Terrier foi questionado sobre os momentos mais importantes da sua carreira, além da vitória sobre Wilson Reis, e ao fazer um balanço da sua trajetória no esporte, destacou as vitórias que conquistou sobre Daniel Hortegas, por nocaute, no evento Golden Fighters 8, em 2013, e o triunfo na decisão dividida sobre Gilberto Aguilera, quatro anos depois, pelo evento mexicano Combate de Guerreros.
“Tive muitos momentos marcantes. O primeiro que lembro foi uma luta que fiz no Golden Fights, quando ganhei do Daniel Hortegas, que até então era um cara desconhecido, mas era atleta do Alexandre Pequeno, tinha histórico no Jiu-Jitsu. Ninguém acreditava que eu venceria ele. Minha luta caiu no peso-galo, a dele no peso-pena, daí casaram a luta na hora, eu topei e nocauteei ele no segundo round, ninguém estava acreditando (risos). Foi quando as coisas começaram a melhorar, foi quando comecei a decolar no MMA nacional. Foi também quando passei por grandes equipes, como a Team Nogueira, onde treinei com lendas do esporte. Depois fui para a Evolução Thai, treinando com o André Dida e a galera de lá. Na sequência, ainda pude conhecer o Cristiano Marcello e também treinar com ele, foi uma honra.
Outro momento que me lembro foi a luta contra o Gilberto Aguilar, que foi uma batalha, um cara muito experiente, que já havia enfrentado vários lutadores com passagens pelo UFC. Esse cara é tipo um teste aqui no México. Todo mundo que vai lutar nos grandes eventos daqui, colocam para enfrentá-lo, porque é um atleta duro e, por mais que ele perca, ele vai sugar seu gás, te cansar e te colocar à prova. Venci o cara por decisão, não senti o gás e a partir desse momento comecei minha carreira internacional. Passa um filme na cabeça (risos)”, relembrou.
Por fim, Dony Terrier falou sobre sua relação com o México. O baiano já fez mais de 10 lutas no país e costuma fazer as preparações para os seus combates no México. O atleta destacou também o carinho que recebe do povo mexicano e a maneira como o MMA vem crescendo por lá.
“Já fiz várias lutas aqui no México, a primeira foi em 2017. A relação com o país é de amor, de paixão mesmo. Amo o México, tenho um carinho enorme pelo povo mexicano, pela maneira que me abraçaram, que me tratam. Tenho muitos fãs e amigos daqui, pessoas que me apoiam demais. Já tenho um vínculo com o povo mexicano. Posso dizer que tenho uma parte do coração com as cores do México. Aqui eu fui abraçado, tanto é que a equipe que a gente representa, Killer Bees, tem uma filial aqui no México, dirigida pelo meu head coach, Tony Geleia. Somos brasileiros, mas preferimos ficar aqui e arriscar tudo. O MMA aqui é muito forte, os mexicanos são amantes das artes marciais, é um povo guerreiro, e isso faz com que eles apoiem o brasileiro, a galera que vem pra cá, que vem para viver do sonho da luta. O MMA ainda precisa ser muito explorado, tem um campo enorme para isso aqui. O povo é apaixonado pelo esporte, então só tem a crescer e a ser valorizado. É um exemplo de cultura que alguns brasileiros poderiam aprender e adotar, porque eles não veem a luta apenas como um combate, mas sim como um estilo de vida”, encerrou.