BRAVE Combat Federation anuncia a criação da BNL, modelo de liga similar ao da FIFA

Publicada: 23/09/2021 - 14:25


Organização árabe tem forte ligação com o Brasil (Foto BRAVE CF)

Criado em 2016 pela Sua Alteza Sheikh Khalid Bin Hamad Al Khalifa, príncipe do Bahrein, o BRAVE Combat Federation nasceu com o objetivo de transformar a indústria do MMA pelo mundo, de um negócio de eventos para algo profissional e esportivo.

Com esse intuito, a organização anunciou nesta semana a criação da BNL (BRAVE National League), um tipo de liga que aproxima o MMA mais perto do modelo adotado pela FIFA. Inicialmente, o evento árabe promete lançar a sua primeira liga em 2023, e tem como meta implementá-la em cinco países diferentes nos três anos seguintes à estreia.

“A BNL reúne experts de diferentes áreas do mundo esportivo, desde gestores e reguladores, até fundadores de propriedades esportivas, passando pelos maiores investidores. Já são cinco anos de trabalho, trazendo a experiência do Reino do Bahrein e da KHK Sports para as artes marciais mistas. Não foi fácil reunir esse grupo de pessoas, com diferentes áreas de expertise e de todas as partes do mundo sob uma única visão,” declarou Mohammed Shahid, presidente do BRAVE CF.

O formato da BNL vai permitir que entidades dos setores público e privado tenham equipes e garantirá investimentos a nível da liga, assim como já acontece no Futebol mundo afora. Tal formato eliminará qualquer possibilidade de monopólio no esporte. A BNL tem como missão desenvolver o MMA globalmente. O modelo de liga dará oportunidade aos atletas locais para que possam viver do esporte e tornar-se estrelas nacionais. O modelo introduzido também ajudará aspirantes, empresários de atletas e até mesmo a notoriamente apaixonada mídia especializada.

Eleito um dos destaques da última Copa América, campeão olímpico e maior vencedor da história do Futebol, Daniel Alves é sócio do BRAVE CF no Brasil. Vendo de perto o crescimento da organização e a preocupação em dar oportunidade aos atletas que mais precisam, Dani enxerga a BNL como uma chance de muitos atletas mudarem totalmente de vida no futuro:

“A iniciativa de construir o novo modelo do BRAVE é baseada muito no que eu mesmo vivi no Futebol. Este modelo aumentará a lealdade dos fãs aos atletas, aos times e criará muito mais estrelas. A BNL criará uma indústria de MMA mais forte, mais lucrativa e de oportunidades. Um jovem do interior por exemplo terá muito mais chances de mostrar seu talento e se tornar uma lenda do esporte, isso se chama inclusão por talento. Tenho muito orgulho de participar disso e saber que sou voz ativa nessa mudança. O esporte é uma das maiores ferramentas de transformação social”, disse o jogador integrante da seleção brasileira de Futebol.

A BNL irá operar sob um agrupamento global, como o Futebol faz atualmente. Cada liga terá liberdade de operar sob seus próprios formatos e com particularidades específicas, desde que siga certos critérios requeridos, tal qual acontece com a UEFA e AFC, de forma continental e a FA, Premier League e La Liga nacionalmente no Futebol, por exemplo. Presidente do BRAVE no Brasil, Marcos Ferraz, que também é fundador da USD Sports, uma bolsa de valores focada no investimento em atletas e organizações esportivas, falou sobre o novo modelo e a sua importância quando pensamos em novas fontes de renda para os atletas.

“São anos desenvolvendo este projeto no nosso grupo de trabalho. Assim como o Futebol e a Fórmula 1, vamos transformar o MMA em uma super competição, atraindo cada vez mais patrocinadores e construindo mais estrelas. O modelo de negócios vai transformar grandes investimentos em oportunidades esportivas, transformando os próprios atletas em grandes ativos, gerando novas receitas para os competidores, ‘tokenizando’ por exemplo. Isso criará um novo movimento econômico nos países nos quais a BNL foi introduzida. Para o Brasil isso é algo totalmente revolucionário, ter o nosso país participando ativamente deste acontecimento será o maior agente transformador no mundo dos esportes em muito tempo”, opinou Marcos.

A organização terá uma transição do sistema amador para o profissional. Atletas receberão contratos por temporada, ao invés de acordos por luta. Eles também terão múltiplas formas de gerar receita. Os donos de equipes irão contar com obrigatoriedades contratuais de reinvestir um determinado percentual em atletas, enquanto as ligas deverão ter um grupo central de recursos que fará com que a maior parte dos valores obtidos seja distribuída aos clubes.

“Nós vamos apresentar um sistema que permitirá atletas do planeta todo terem oportunidade de se tornar o melhor do mundo, independentemente da cor, credo, gênero ou critérios mercadológicos. O talento será a única variável. Nós podemos ter alguém que não fala inglês e raramente concede entrevistas, mas mesmo assim é um dos melhores do mundo. No dia em que pudermos atingir isso, teremos uma estrutura esportiva sólida no MMA”, completou Shahid.

A primeira temporada da BNL será lançada em 2023 e mais informações sobre a liga, como anúncios de parceiros, nações inaugurais e outros detalhes ainda serão divulgadas.

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