Com atleta em alta, treinador cita importância das artes marciais para os jovens: ‘Pude formar muitos cidadãos’

Publicada: 07/10/2020 - 14:51


Praticante de artes marciais desde o ano de 1999, Roni Montrezol teve no Muay Thai seu primeiro contato nos esportes de combate, mas foi através do Jiu-Jitsu, onde hoje é faixa-preta, que o curitibano viu sua grande paixão surgir. Os anos se passaram e Roni foi, aos poucos, direcionando sua trajetória ao mundo da luta. Atualmente, é formador de atletas e líder da equipe Cães do Ringue, situada no bairro de Tatuquara, em Curitiba, no Paraná.

Formar atletas e, principalmente, cidadãos, está no cotidiano de Roni Montrezol desde 2006, quando montou sua equipe junto com Valdomiro Ferreira, que tem especialidade no Muay Thai. A parceria deu certo e prova disso está em um atleta em específico. Mário Filipe de Sousa, de apenas 23 anos, foi campeão do evento Max Fight e, no dia 10 de novembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos, vai lutar contra Mariusz Ksiazkiewicz pelo Contender Series, reality show promovido por Dana White, onde os destaques de cada programa são contratados pelo UFC. Animado com o crescimento do seu pupilo, Roni rasgou elogios ao lutador, que possui um cartel de 11 vitórias e apenas uma derrota no MMA profissional.

“O Mario Sousa é um fenômeno, com ele não tem luta chata. Na única derrota dele, ele deu um show, acabou perdendo por falta de experiência na época. Com essa luta dele no Contender Series, acredito na vitoria e na contratação dele pelo UFC, e digo mais, vai ter vida longa dentro do evento”, projetou o treinador.

Roni Montrezol e Mário Sousa, que tem luta marcada em novembro pelo Contender Series (Foto: Reprodução)

Confira mais sobre a história do treinador Roni Montrezol:

– Como foram seus primeiros passos nas artes marciais?

Meu primeiro contato com as artes marciais foi no ano de 1999, através do Muay Thai. Em 2002, conheci o Jiu-Jitsu onde me apaixonei e, apesar de ter conhecido primeiro a luta em pé, minha especialidade hoje em dia é o chão, onde me tornei professor, até pela necessidade. Por conta do meu bairro ser distantes dos demais, ninguém podia vir diariamente, então eu acabava assumindo as aulas da academia.

– Como foi o processo até montar sua academia e passar a treinar seus atletas? Quais foram as dificuldades

Como o Tatuquara (em Curitiba) é um bairro distante de tudo, eu fui sempre substituindo os professores que não vinham, era um sonho de criança sendo realizado. Em 2006, montei minha equipe com o mestre Valdomiro, eu com o Jiu-Jitsu e ele no Muay Thai. Logo ganhamos Curitiba, participando de todos eventos, desde eventos internos a eventos transmitidos. Tivemos várias dificuldades, falta de estrutura e também acabamos perdendo alguns atletas para as drogas e para o crime. Mas é bom ressaltar que também tivemos muitos momentos marcantes, um deles foi ter mãe e filho lutando no mesmo evento, foi algo emocionante e, ao mesmo tempo, muito gratificante.

– Como você avalia a importância do seu papel em formar novos talentos para o esporte? E como você avalia a importância das artes marciais para as crianças e jovens?

Meu papel e de outras equipes pequenas é fundamental para o surgimento de novos talentos, pelo motivo de sempre sermos os primeiros professores na vidas deles. Não conheço nenhum atleta que começou em uma equipe “grande”. Eu tenho um projeto social há 15 anos e consegui formar muitos cidadãos de bem, que provavelmente, se não tivessem passado pelo meu tatame, o rumo da vida teria sido outro. Então, eu falo com propriedade que as artes marciais são de grande importância na formação de crianças e jovens.

– Seu atleta Mario Sousa vai entrar em ação no Contender Series e, em caso de bom resultado, poderá ser contratado pelo UFC. Como está a expectativa?

O Mario Sousa é um fenômeno, com ele não tem luta chata. Na única derrota dele, ele deu um show, acabou perdendo por falta de experiência na época. Com essa luta dele no Contender Series, acredito na vitoria e na contratação dele pelo UFC, e digo mais, vai ter vida longa dentro do evento. Apesar de muitos dizerem que sua deficiência é o chão, ele finalizou dois faixas preta, sendo faixa-azul na época. Ele vem evoluindo a cada dia e tenho certeza que vai dar muitas alegrias.

– Por fim, quais são seus planos como treinador e formador de atletas visando os próximos anos?

Como eu disse, acredito que o Mario assine com UFC obtendo uma boa vitória no Contender Series, e isso vai abrir portas, e como treinador, pretendo e quero descobrir vários ‘Marios’ que devem estar por aí, esperando por uma chance para serem lapidados.

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