Com grande serviço prestado ao Kickboxing, atleta fala sobre trabalho desenvolvido em Federação; veja
Por: Redação
Publicada: 25/03/2020 - 9:19
Praticante de Kickboxing desde o início dos anos 90, Leonardo Paixão é um verdadeiro apaixonado pelo esporte. Hoje faixa-preta 2º Dan na modalidade, o atleta faz parte da APKB (Associação Pioneira de Kickboxing), e tem sua própria equipe, a LP Alpha Team. Além disso, Léo tem uma grande história de superação, tendo superado um câncer, que o obrigou a se afastar dos treinos durante o período do tratamento.
Nos últimos anos, Léo Paixão passou a se dedicar às competições e conquistou resultados expressivos no Kickboxing. Pela WAKO, foi campeão no Sul-Americano e na Copa América; pela CBKB, faturou o bicampeonato brasileiro e também o bicampeonato da Copa do Brasil; pela FKBERJ (Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro), é pentacampeão estadual, tetracampeão da Taça Guanabara, tricampeão da Taça Rio, tetracampeão do Intermunicipal, tetracampeão da Taça José Antônio, tricampeão da APKB Open, Campeão da Copa Blade e, além disso, foi eleito Melhor Atleta do Ano em 2016, 2017 e 2019.
Além de sua rotina como atleta e líder de equipe, Léo Paixão também é o atual Diretor do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da FKBERJ onde atua com os lutadores no sentido de oferecer o suporte técnico necessário sobre treinamento e toda a rotina no período de preparação para as competições. Além disso, o professor ministra os Cursos de Treinamento Desportivo e Técnico Funcional para a formação de futuros faixas preta do esporte. Em entrevista à TATAME, o faixa-preta falou sobre sua trajetória no Kickboxing, a evolução do esporte ao longo dos anos e o trabalho que realiza a serviço do esporte nos dias atuais.
Confira o bate-papo na íntegra:
– Quais momentos você destaca em sua trajetória no Kickboxing
Comecei a treinar com o Mestre Alexandre ‘Gaguinho’ Diniz, mesmo mestre do meu amigo Marcos Torquato, no início dos anos 90, e, após liberação médica, após superar um câncer, retornei aos treinos com o Mestre Ricardo Rodrigues, que me graduou e me trouxe de volta ao esporte que amo. Devo muito a ele!Tenho o Kickboxing em momentos distintos na minha vida, desde a paixão do início, na década de 90, com o ‘boom’ dos filmes do gênero, ao retorno, em 2015, após ter me tratado do câncer e ter recebido alta para voltar à prática, além do Campeonato Sul-Americano de 2017, onde eu era o único atleta do Brasil na Modalidade Musical Forms, modalidade essa que não fazia mais parte das competições nacionais, onde fui campeão, dando um peso maior para a volta da modalidade ao cenário nacional.
– Como você avalia a evolução do esporte ao longo dos últimos anos?
Vejo um Kickboxing mais organizado, com mais oportunidades para muitos atletas. Vejo safras novas de atletas com grande potencial também. Tínhamos um time dos sonhos na década de 90, com atletas incríveis que levantaram e seguraram a bandeira do esporte no período mais difícil de afirmação e hoje, muitos desses atletas deram ‘frutos’ a uma nova geração que vem aí, bem promissora, que vai ter bastante ajuda para despontar, devido a todo empenho e dedicação dos gestores de associações, federações e da confederação, que vem fazendo um grande trabalho junto aos atletas.
– Uma das suas especialidades é a modalidade ‘Musical Forms’. Como você a explica para quem não tem conhecimento da mesma?
O Musical Forms, até para mim, foi uma surpresa. Comecei nessa modalidade por causa de uma aluna, Renata Leandro, que na época me mostrou a modalidade e pediu para que eu a treinasse para competir. Não fazia a menor ideia de como fazer isso (risos). Daí, fui estudando e desenvolvermos nossas apresentações. A modalidade consiste em uma luta imaginária com um ou mais adversários, utilizando golpes de Caratê, Taekowndo e Kickboxing, com uma música de fundo, que dá ritmo e conexão aos golpes durante a sua rotina, que pode ser feita com ou sem armas. É uma modalidade bem complexa e bem técnica. Posso dizer isso porque já lutei Full Contact, Light Contact e Point Fighting, e digo que seu grau de dificuldade é tão alto quanto qualquer uma das outras. No próprio site da WAKO a definição da modalidade é “a mais bela modalidade do Kickboxing”. Hoje, o Kickboxing deve muito a ela, pois é ela que dá o título de arte marcial ao esporte, pois sem o Musical Forms, o Kickboxing seria considerado um esporte de contato moderno.
– Como você avalia seu trabalho na FKBERJ e ao Kickboxing como um todo?
Minha proposta de trabalho junto ao Kickboxing foi sempre trazer o máximo de proximidade do conteúdo técnico usado lá fora para acesso aos atletas daqui. Hoje, como diretor de pesquisa e desenvolvimento, tento levar sempre o máximo de informação para todos os federados da FKBERJ sobre treinos, planejamentos e todas as situações envolvidas nesse processo, a fim de ajudar a gerenciarem melhor seus treinos. Atualmente, atuo efetivamente junto a um grupo de atletas da modalidade Point Fighting, que encabeçam o ranking da CBKB, montando um planejamento visando o mundial de 2021. Criamos esse grupo chamado Elite Point Fighting com intuito de montar um time competitivo ao ponto de brigarmos por medalhas na modalidade.
Além disso, venho desenvolvendo um trabalho junto a @hyperma, que é como se fosse uma ‘seleção mundial’, onde temos atletas Top 5 do mundo em seu plantel para formar um time de atletas do Brasil, visando divulgar mais ainda nossos atletas lá fora. Meu comprometimento com o Kickboxing é enorme, pois amo esse esporte e ver a sua evolução e poder dar oportunidade e subsídios a essa nova geração é uma meta que defendo e trabalho dia a dia para alcançar. Vivemos de oportunidades e o que eu puder fazer para agregar a essa nova geração, eu farei.