Comida afetiva: especialista em gastronomia, Raquel Vidal conta como culinária deu um novo caminho para sua vida

Publicada: 05/04/2023 - 16:54


Baseada em memórias, a culinária afetiva tem o objetivo de lembrar, através do sabor, um momento especial da vida. Seja o sabor da comida de vó, uma lembrança da infância ou outros acontecimentos que despertam emoções. A ideia da gastronomia afetiva é alimentar não só o corpo, mas também provocar a sensação de acolhimento, bem-estar e trazer de volta boas lembranças. Foi com esse objetivo que a chef de cozinha Raquel Vidal trocou a carreira de advogada pela gastronomia.

Criada no interior de Minas Gerais, Raquel teve contato com a cozinha desde a infância ao acompanhar a avó, Zezé, com suas artes culinárias. Os pratos preparados pela matriarca da família eram conhecidos por toda a cidade, e até mesmo por clientes da capital Belo Horizonte. Porém, Raquel seguiu outro sentido e se formou em direito. Mas, em determinado momento, notou que deveria mudar seu caminho.

“Sempre gostei muito de estudar, me formei e fiz OAB. Mas, logo vi que não era minha vocação. Através de uma mudança de vida, aos 30 anos, senti que a carreira de advogada não era o que seguiria a longo prazo. Sempre fui muito ligada à criatividade, à comida afetiva, às artes e à música. Então, resolvi seguir os passos da minha avó, que hoje tem 92 anos, me tornei cozinheira e abri minha empresa”, contou.

“Resolvi girar a chave e fazer meu primeiro curso de gastronomia, me apaixonei e, depois dele, fiz vários cursos fora do país. Hoje, trabalho com eventos privados e sou uma das chefs do Divino Café, no Rio de Janeiro. Agora, tenho me consolidado na área gastronômica”, completou.

Raquel conta que a pandemia da Covid-19 foi um dos fatores que influenciou nessa virada de chave. Ela notou que, como os restaurantes estavam fechados, através do delivery era possível levar afeto para as pessoas no momento difícil que todos atravessavam. A chef teve a ideia de aproveitar os pratos de sucesso da família, e viu que o caminho era promissor.

“Naquele momento surgiu a minha releitura de Romeu e Julieta, vendido em potes. O sucesso foi tanto que tive que pedir auxílio para fazer as encomendas e, de carro, passei a percorrer todo o Rio de Janeiro com as entregas. Essa foi a minha porta de entrada profissional para o mundo da comida afetiva, aquela que norteou a minha vida através da minha avó”, disse.

Com criatividade e determinação, Raquel passou a ser responsável por alguns dos pratos mais famosos do Divino Café RJ, que está no Museu do Pontal. O local tem como foco resgatar a cultura brasileira e a memória afetiva, pela qual a gastrônoma tanto preza. Ela ainda se aprimorou em escolas de culinária em Londres, na Inglaterra; em Los Angeles e San Francisco, nos Estados Unidos; e em San Sebastian, na Espanha. O sucesso foi tanto que a chef foi elogiada por grandes personalidades, como Marieta Severo, Dani Suzuki, Lara Tremeroux, Biel Maciel, Ruan Aguiar, Juan Paiva, Robson Nunes e Rômulo Estrela. Além disso, fechou parcerias promissoras.

“Após essa realização à frente da cozinha, fui a chef que ajudou a elaborar as receitas com produtos orgânicos da Fazenda Casulo, do ator Rafael Cardoso, desde a sua criação até o encerramento das atividades. Agora, meu objetivo é continuar a levar a comida afetiva para as pessoas como forma de retribuir o amor dado pela minha avó”, frisou.

“Busco sempre a evolução pessoal e tento influenciar os outros a seguirem por esse caminho de crescimento. Através da gastronomia, conto a história da minha família, com a comida afetiva e abuso da minha criatividade. Mais à frente, minha meta é apresentar ao mundo a comida afetiva que aprendi com a minha avó”, concluiu.

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