Da faixa branca à faca afiada: Chef brasileiro vira referência em eventos de jiu-jitsu com culinária japonesa
Por: Redação
Publicada: 02/08/2025 - 11:49
Radicado em San Diego, Rodrigo Fukumoto já atendeu estrelas como André Galvão, Mackenzie Dern e Lucas Hulk, unindo tradição japonesa à rotina dos campeões dos tatames

Por João Florêncio*
O jiu-jitsu nasceu no Japão, floresceu no Brasil e ganhou o mundo. Mas a ligação entre o tatame e o sushi vai além da origem comum. É na mesa, ali entre um sashimi de bluefin tuna e um hot roll crocante, que atletas de elite encontram não só prazer, mas também uma alimentação alinhada com o alto rendimento. E quem tem comandado essas experiências gastronômicas é o chef brasileiro Rodrigo Fukumoto, radicado em San Diego, nos Estados Unidos.
“Tem muito a ver com a percepção de que a culinária japonesa é mais saudável”, explica Rodrigo. “Muitos atletas buscam uma alimentação leve, rica em proteínas e baixa em gordura, e o sushi, sashimi e outros pratos japoneses encaixam perfeitamente nisso. Além disso, tem toda uma conexão cultural com o Japão, que é o berço do jiu-jitsu, então essa identificação vai além do prato em si”.
Com 15 anos de experiência em eventos gastronômicos, Rodrigo encontrou em San Diego um ambiente ideal para unir suas paixões: a gastronomia japonesa e o universo do jiu-jitsu. Na cidade californiana, onde estão academias de ponta como Atos, Alliance e Rada, ele já atendeu verdadeiros ícones da arte suave, como André Galvão e sua filha Sarah Galvão, além de nomes como Mackenzie Dern (UFC), Lucas Hulk, Rafaela Guedes, Piter Frank, Vinicius Lino, João Faria e Thiago Calixto. “É uma galera de alto nível”, resume.
Hoje, ele é dono de uma das principais empresas de eventos japoneses em San Diego, a Hikaru San sushi catering. A empresa é referência no setor, organizando eventos corporativos, privados e experiências gastronômicas exclusivas. O cardápio favorito dos faixas-pretas? Sem dúvida, o sashimi. “É uma proteína pura, leve e nutritiva, especialmente quando temos bluefin tuna na época. Os atletas adoram porque é fácil de digerir e ajuda na recuperação muscular”, conta o chef. Mas depois das competições, o apetite muda: “Eles relaxam e acabam pedindo coisas mais ‘pesadas’, tipo hot roll, que tem mais arroz e ainda é frito. Antes da competição eles seguram bastante na alimentação para manter o peso e estar na melhor forma possível”.
Rodrigo, inclusive, já teve um flerte com a arte suave. “Já treinei sim! Fiquei na faixa branca mesmo, curti muito a experiência. Aprendi várias técnicas de defesa pessoal que são super úteis no dia a dia. Acabei não indo adiante na época, mas pretendo voltar a treinar assim que der”.
A aproximação com o meio foi natural. Os eventos em academias locais abriram caminho, e, aos poucos, o nome de Fukumoto passou a circular entre os grandes. Um dos momentos mais marcantes foi um jantar na casa de André Galvão, com vários atletas prestes a lutar no UFC. “A energia era incrível, o ambiente super descontraído… Foi irado demais!”
Além do jiu-jitsu, o currículo de Rodrigo impressiona: já trabalhou com a Fórmula 1, atendeu o staff da banda Coldplay e conquistou o terceiro lugar no prêmio Favorite Chef, concedido pela renomada Carla Hall. A bagagem também o credenciou como jurado em competições culinárias, função que exige, segundo ele, sensibilidade, técnica, imparcialidade e olho clínico.
“Tudo que vivi e aprendi ao longo desses anos foi fundamental para eu chegar onde estou hoje. Comecei em São Paulo, numa das maiores empresas de eventos da cidade, onde atuei na organização de eventos da Fórmula 1. Essa experiência me ensinou muito sobre organização, trabalho sob pressão e excelência em cada detalhe”.