Dr. Thúlio Coelho, endocrinologista especializado em esporte, dá dicas para evitar o desequilíbrio hormonal

Publicada: 17/01/2023 - 15:02


Lutadores devem ter uma rotina de cuidados exigida para qualquer atleta: alimentação adequada – sob supervisão profissional -, e muita ingestão de água. Entretanto, um ponto que pode passar despercebido são os hormônios. Tanto homens quanto mulheres devem ficar atentos a estes níveis, como explica um endocrinologista.

“É essencial procurar um endocrinologista com experiência na área esportiva para dosar não só os hormônios sexuais, como testosterona, estrogênio e progesterona, mas também hormônios como cortisol e insulina”, afirma Thúlio Coelho, médico endocrinologista especializado na área esportiva. Segundo ele, estas substâncias interferem diretamente no rendimento esportivo.

Desequilíbrio hormonal pode ser a falta ou o excesso de um destes componentes. No caso do excesso de hormônios andrógenos, sendo a testosterona o principal, a performance é aumentada, no entanto, quando isso ocorre, o atleta corre o risco de ser barrado no teste antidoping. Já se o desequilíbrio for pelo motivo contrário, a diminuição de andrógenos, a performance é prejudicada. Os sintomas são fadiga, desânimo e cansaço excessivo. “Ainda temos o cortisol e a insulina, hormônios que são importantes para a performance desportiva e para a saúde em geral”, destaca Thúlio Coelho.

Causas

O médico afirma que os motivos que levam ao desequilíbrio podem ser variados, um deles é o sono. “Dormir mal, pouco ou fracionadamente, ou seja, acordando durante a noite, é uma das causas”, destaca. Além da qualidade do sono, o estresse tem relação direta na piora do desempenho, um dos motivos é a elevação do cortisol no organismo. Estresse pode ser tanto emocional, quanto físico, neste caso, o overtraining, que é o excesso de treino, é um dos fatores. “Se exceder nos treinamentos é algo comum entre atletas e isso leva ao desequilíbrio das taxas hormonais, tanto na produção dos que ajudam na performance, quanto no aumento dos que geram perda de massa muscular”, detalha o endocrinologista.

Outro motivo é a alimentação. A diminuição de macronutrientes, como carboidratos, proteínas e gorduras, ou a de micronutrientes, como vitaminas e minerais, com destaque para as vitaminas B12 e D, o ferro e o zinco, podem causar estas disfunções. Portanto, o primeiro e mais fundamental ítem do estilo de vida de quem pratica esportes de alto rendimento é fundamental: uma alimentação correta. “A dieta deve ser individualizada com base nos gastos energéticos dos dias de treino, dos dias de luta e dos de descanso”, destaca Thúlio.

Ele ressalta que no caso dos lutadores, como há a necessidade de atingir um determinado peso para a competição, o cuidado deve ser mais focado ainda, para garantir uma alimentação que leve em consideração as variações necessárias na balança sem comprometer a saúde do lutador. “Com a necessidade dos atletas de lutas terem de atingir peso para a competição, é crucial alterar a estratégia alimentar nas semanas e dias que antecedem a competição, mas tem que ter orientação profissional para não causar desequilíbrios”, finaliza.

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