Faixa-preta Bruno Brasil comenta adaptação aos EUA e treinos na Gracie Barra Orlando
Por: Redação
Publicada: 31/01/2023 - 16:10
Natural de Manaus, no Amazonas, e faixa-preta de Jiu-Jitsu desde 2005, Bruno Brasil é mais um atleta que deixou o país rumo aos Estados Unidos em busca de melhores oportunidades através do esporte. Há um ano e meia morando na cidade da Flórida (EUA), o brasileiro hoje ensina e treina na Gracie Barra Orlando.
O caminho até lá, porém, não foi fácil – com a pandemia no meio -, mas após um período de adaptação, Bruno Brasil vem colhendo os frutos da sua escolha e espera competir o máximo possível.
“Vim para os EUA para alçar novos voos dentro do Jiu-Jitsu. Minha intenção é disputar o máximo de competições possível e ministrar aulas, sendo assim mais um militante da arte suave pelo mundo. (…) O primeiro ano é sempre duro, um país novo, nova cultura, pessoas, leis, idioma, além de conviver com a saudade dos amigos e da família. Porém, escolhi os EUA por ser um país de primeiro mundo onde a arte suave é verdadeiramente reconhecida monetariamente e berço dos grandes eventos”, disse Bruno, que além de ensinar, também faz parte do time de competição da Gracie Barra.
Além de faixa-preta de Jiu-Jitsu, o brasileiro é faixa-preta de Luta Livre e faixa-roxa de Judô, colecionando diversos títulos nas modalidades. Atualmente mais focado na arte suave, fechou o último ranking da IBJJF em oitavo no peso-médio master 2. Para 2023, ele quer mais. E para alcançar seus objetivos, conta com os ensinamentos de diferentes escolas ao longo da sua trajetória.
“Sou comedor de peixe e açaí, nascido e criado no meio da Floresta Amazônica. Iniciei no Jiu-Jitsu juntamente com meus amigos de infância na casa do grande mestre Alessandro Guimarães, que além de representar o nome dele, representávamos a Carlson Gracie. Aos 17 anos peguei a faixa roxa e durante esse período na roxa a academia fechou, então migrei para a Nova União, onde os treinos eram na casa do mestre Nonato Machado. A faixa preta veio em 2005 pelas mãos do mestre Marcinho Pontes (Nova União) e desde que cheguei nos EUA represento a Gracie Barra”, explicou Bruno, que completou:
“Cheguei em Orlando e não tinha nenhuma academia Nova União, a mais próxima era em Tampa com o Robson Moura, porém não era viável para mim em relação à distância. Pesquisei no Google as academia que estavam perto de mim, vi algumas e escolhi visitar a GB. Chegando lá fui recebido pelo dono da academia, que hoje é um grande amigo meu, Léo Silva. Sentamos para conversar, contei um pouco da minha história e ele pediu para eu esperar. Quando ele voltou, já veio me entregando um quimono e dizendo que era uma honra ter um faixa-preta quarto grau no time. Eu fiquei lisonjeado e aceitei a oportunidade”.
Confira o restante da entrevista com o faixa-preta Bruno Brasil:
– Você começou a trabalhar como professor ainda no Brasil, certo? Como foi o início dessa jornada?
No período que eu estava em Manaus, trabalhava na P&G Procter & Gamble, a maior empresa de bens de consumo do mundo. Lá eu pude inserir o Jiu -Jitsu e comecei a dar aulas para os funcionários. A empresa também firmou parceria e começou a me patrocinar em todos os eventos que eu viajava. Hoje meus alunos estão em Manaus, treinando e competindo. Destaque para Izaque Duarte, Wellington Gomes, Maikon Maia, Robson, Chicão, JonJon, Márcio, Wandy, Serjão, Iuri, Romulo e Oziel.
– Quem são as suas maiores influências no Jiu-Jitsu?
Sempre gostei de luta, aprendi a gostar assistindo os filmes da época, vendo o que a família Gracie fazia pelo mundo afora e também por causa do meu irmão Guilherme, que já treinava na época. Sempre fui fã da família Gracie, em especial Carlson Gracie.
– Como foi o choque cultura ao se mudar para os Estados Unidos?
Sempre tem né, ainda mais quando se vem sozinho. Logo no começo você tem medo até de gastar dinheiro (risos). Sem saber quem é uma boa pessoa ou não, temos que acabar confiando nas pessoas para obter mais informações possíveis. Sou cristão, tenho muita fé em Deus, assim que cheguei já fui fazendo parte da Lagoinha Orlando Church, posso dizer com convicção que essa igreja teve um papel fundamental em minha vida como cristão, ajustou na parte espiritual e todas as guerras se tornaram mais fáceis com Deus.
– Como faz para balancear o lado competidor com o papel de professor e faixa-preta?
Desde quando eu comecei no Jiu-Jitsu eu nunca parei de treinar, nunca! Jiu-Jitsu faz parte da minha vida, a luta me faz vivo, eu gosto de competir, isso sempre foi muito alimentado em mim pelo meu mestre Alessandro Guimarães. É duro conciliar várias coisas, mas no final sempre vale a pena, sempre!