Faixa-preta comenta desafios no tatame e crescimento do Jiu-Jitsu online: ‘Muitas academias sobreviveram por isso’

Publicada: 17/02/2021 - 14:42


Igor Paiva joga por cima contra Xande Ribeiro: lutador vive boa fase (Foto Maryna Matorina)

Igor Paiva, aos 30 anos, vive uma das melhores fases de sua carreira como atleta de Jiu-Jitsu. Em 2020, apesar de muitos campeonatos suspensos por conta da pandemia de Covid-19, o faixa-preta da Soul Fighters foi campeão do Pan-Americano, Houston Open, Austin Open e American National, onde acumulou títulos tanto no peso médio, quanto nos absolutos, além de grandes vitórias sobre Xande Ribeiro, Alexandre Ceconi, Marcelo Mafra, Jake Mackenzie, dentre outros atletas de ponta. De quebra, Igor ainda foi medalhista de prata no Mundial Master, último torneio organizado pela IBJJF em Orlando, na Flórida (EUA).

“Foi um ano muito bom. Eu venci todos os campeonatos que lutei no peso médio, exceto o Mundial Master, onde fui medalhista de prata por conta da decisão dos árbitros na final. Ganhei títulos nos absolutos também, foi bem marcante. Teve a minha luta contra o Xande, Alexandre Ceconi e outros pesados que me deixaram muito confiante para enfrentar qualquer desafio. Eles são lendas do esporte e pra mim foi uma experiência incrível ter lutado com eles. O ano de 2020 foi muito complicado, mas pude realizar algumas metas. Espero vencer o dobro neste ano”, contou Igor, que também foi campeão no Fight 2 Win e KASAI Pro.

Competidor desde os 18 anos, Igor acumulou experiência de sobra para vencer e perder sem se abalar, mesmo diante de fatores que são impossíveis de serem controlados, como ele mesmo opinou. “Eu amo competir, me sinto vivo quando estou ali dentro do tatame. Gosto muito de testar meu Jiu-Jitsu. Eu sempre estou aberto para entender as lições que a competição pode ensinar para o ser humano e por incrível que pareça, a medalha de prata nesse último Mundial Master que lutei foi a que mais me marcou por conta da superação! Tinha acabado de perder dois amigos próximos por conta da Covid-19 no Brasil na semana do torneio e, além disso, tive que lidar com alguns problemas nas duas últimas semanas que antecederam o campeonato e tiraram muito o meu foco. Estava triste por conta dos acontecimentos, mas como eu já tava lá, lutei. Aos trancos e barrancos fui capaz de chegar até a final contra o Victor Oliveira. Nós empatamos a luta e os juízes decidiram para ele. Pra ser sincero, foi a medalha de prata que eu vou guardar com mais carinho. Toda vez que olho essa medalha lembro o quão forte nossa mente e nosso coração podem ser”.

Enquanto aguardada o próximo circuito da IBJJF – ainda sem datas das principais competições definidas – e convites para superlutas, Igor pretende investir parte do seu tempo em ensinar Jiu-Jitsu também online em 2021. Para ele, a evolução do esporte faz parte do processo de crescimento digital, acelerado pela pandemia.

“O crescimento do mundo digital ficou ainda maior em 2020 por conta da pandemia que vivemos. A internet nos mostrou quão longe podemos chegar de uma maneira tão rápida e eficaz. Muitas academias de Jiu-Jitsu sobreviveram abertas por conta das aulas em videoconferência. Vou preparar conteúdos de Jiu-Jitsu para disponibilizar online ainda esse ano também, estou procurando parcerias para fazer isso acontecer. Nada vai substituir a aula presencial , porém as aulas online vem forte como um extra para o aprendizado do aluno. Saibam do valor que a aula online tem, mas não deixe de comparecer ao treino presencial com frequência. Um complementa o outro e lembre-se: não existe teoria sem prática”, encerrou o faixa-preta.

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