Força, técnica e caráter: o jiu-jitsu transformador de Rafael Neves

Publicada: 25/06/2025 - 12:46


Rafael Neves é faixa-preta da tradicional Gracie Humaitá – Foto: Divulgação

Por Leonardo Fabri

Faixa-preta pela tradicional Gracie Humaitá Petrópolis desde 2017, Rafael Neves é mais do que um competidor de alto nível. Professor, árbitro e especialista em defesa pessoal, ele se dedica a transmitir o jiu-jitsu de forma integral — como ferramenta de excelência esportiva, mas também como formação de caráter.

Com mais de dois anos de experiência como instrutor na Austrália, onde inclusive integrou a pré-temporada do time profissional de rugby Rebels, Rafael construiu uma carreira sólida no ensino da arte suave. Ele ministra aulas para crianças, adolescentes, adultos iniciantes e atletas de competição.

Dentro das competições, os resultados confirmam sua autoridade: campeão nacional australiano pela AFBJJ em 2024, e vencedor do NAGA Texas 2025 tanto no Gi quanto no NoGi. Além disso, acumulou experiência como árbitro em diversas federações, o que ampliou ainda mais sua visão técnica do esporte.

Mas é como educador que Rafael demonstra sua maior vocação. Segundo ele, o jiu-jitsu aplicado desde a infância tem potencial para transformar não só o esporte, mas a sociedade. “Estamos mirando em formar os melhores cidadãos possíveis. Médicos mais humanos, engenheiros mais educados, pessoas que respeitam e sabem lidar com todos ao seu redor”, explica.

Rafael defende a importância de ensinar valores como respeito, coragem, disciplina e trabalho em grupo — principalmente entre os alunos mais jovens, de 5 a 10 anos. Ele acredita que o jiu-jitsu, quando bem conduzido, oferece o equilíbrio ideal entre educação e desempenho.

Sobre o alto nível técnico das novas gerações, ele aponta uma especialização precoce que, embora exija cuidado, tem revelado jovens com nível de faixa-preta antes mesmo de conquistarem a graduação. “Eles trabalham horas e horas em posições específicas. A dedicação é impressionante”, observa.

Por outro lado, ele alerta para o risco de burnout precoce, quando o incentivo excessivo por parte de adultos desconsidera os limites emocionais das crianças. Para ele, o ideal é um modelo equilibrado: aulas básicas focadas em valores, combinadas com treinos extras para quem deseja competir. “É o melhor dos dois mundos”, resume.

Com trajetória internacional, títulos importantes e uma visão humanizada do ensino, Rafael Neves é um exemplo de como o jiu-jitsu pode ultrapassar os tatames e influenciar positivamente uma nova geração — de lutadores e de cidadãos.

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