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Em 2010, durante uma passagem pela Suíça, a brasileira Ruthe Ten Caten começou sua trajetória no Jiu-Jitsu. Já em 2020, recebeu a faixa preta das mãos do mestre Dedé Pederneiras, faixa-coral e co-fundador da Nova União. Hoje aos 38 anos e visitando Tampa, nos Estados Unidos, onde também compete, Ruth segue o seu sonho de viver da arte suave.

O caminho para chegar onde está, porém, não foi fácil. E além dos mais de dez anos de treinos e dedicação, Ruthe teve que abrir mão de outras oportunidades profissionais. Mas para ela tudo valeu apena, e no que depender do esforço da faixa-preta, só irá melhorar.

“Eu cheguei nos Estados Unidos no dia 12/12/2022 e sigo correndo atrás. Vim pra cá passar o Natal com a minha irmã, não a via há muito tempo por causa da pandemia, então resolvi sair do trabalho e ficar com a minha família. Também venho aproveitando esse tempo para treinar e competir”, disse a brasileira, que vem treinando na Primal Jiu-Jitsu Team. “Agora como faixa-preta estou buscando retribuir o que o Jiu-Jitsu me deu, inspirar outras pessoas”.

Atualmente atleta e instrutora, Ruthe Ten Caten relembrou o início no Jiu-Jitsu, na distante Suíça, quando também conheceu seu “paizão” e um dos principais apoiadores no esporte, o faixa-coral Del, co-fundador da renomada equipe Nova União ao lado de Dedé Pederneiras.

“Na época eu estava visitando a Suíça, estagiava na parte de agricultura em Liechtenstein, e aí conheci meu ex-namorado, que é aluno do Del e faixa-preta. O Del ia fazer um seminário lá (na Suíça), fomos para assistir, gostei e comecei a treinar. Logo depois viemos para o Brasil, fiquei treinando em Campos dos Goytacazes-RJ. Eu e meu antigo namorado morávamos na academia e logo de cara já comecei a competir também”, afirmou Ruthe Ten Caten, que continuou:

“Depois de três meses eu lutei o Brasileiro, fui campeã na faixa-branca, e não parei mais de competir. Pra mim o Del é como um paizão. Eu tenho um grande carinho por ele, me ajudou muito, em parte porque era bem exigente, eu sempre fui competitiva, então casou. Ele me colocava à prova e eu dava o máximo para fazer acontecer. Além dos treinos, me incentivava a estudar, cuidar do meu corpo, ser uma pessoa melhor”.

De acordo com a faixa-preta, morar na academia foi algo que a fez crescer como atleta e pessoa: “Eram quatro treinos por dia, muito contato com o Jiu-Jitsu, muito perrengue, mas gratificante porque eu conheci outros atletas, fiz amizades, treinei para caramba e isso ajudou na minha evolução”.

Depois do período em Campos dos Goytacazes, Ruthe Ten Caten passou a morar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo – onde é a sede da Nova União -, e passou a ter que desdobrar conciliando os treinos com a carreira de modelo e o trabalho como vendedora para bancar inscrições, preparação e viagens relacionadas ao Jiu-Jitsu.

“Era uma rotina bem complicada. Às vezes eu ia fazer casting para escolher os trabalhos, e ai era muito corrido, tinha treino, casting, depois eu também trabalhava no comércio, então minha vida era muito maluca, mas eu sempre dava um jeito de competir. Sonhava em chegar na faixa preta”.

Em sua última competição, Ruthe Ten Caten ficou em terceiro lugar no Pan de Jiu-Jitsu da IBJJF, realizado no mês de março, na Flórida (EUA). Antes do evento, ela ainda sofreu um acidente, passou alguns dias sem treinar, mas nada que tirasse sua vontade de vencer. Agora, a brasileira vai em busca de melhores resultados e voos maiores no esporte.