Lutador do SFT fala de sua rotina durante a quarentena e sonha em disputar o título da organização; veja
Por: Redação
Publicada: 19/04/2020 - 13:22
Por Mateus Machado
Com 28 anos e um cartel de 12 vitórias e apenas três derrotas no MMA profissional, Acácio Pequeno, assim como outros inúmeros lutadores, está sentindo os efeitos da pandemia causada pelo coronavírus. O atleta, que tinha luta marcada para o dia 25 de abril, contra Jailton Malhadinho, no SFT 22, em São Paulo, viu seu combate ser adiado para o dia 30 de maio, tendo em vista que a cidade paulista é a que mais vem sendo afetada no Brasil pelo número de casos e mortes em razão do Covid-19.
Em preparação para o combate, mesmo no atual período de quarentena, Acácio, que vem embalado por sete vitórias consecutivas, sendo duas delas pelo SFT, espera enfrentar Malhadinho e, em entrevista à TATAME, falou sobre a “saga” na tentativa de enfrentar o adversário nos últimos meses.
“Na verdade, eu tinha uma luta marcada contra o (Jailton) Malhadinho em março, por uma outra organização, mas infelizmente, duas semanas antes do evento acontecer, eu sofri uma lesão no pé, um corte profundo, onde tive que parar a preparação e, automaticamente, tive que deixar essa luta, pois não estaria apto a tempo. Depois que voltei a treinar, surgiu a oportunidade de fazer essa mesma luta com o Malhadinho no SFT, onde continuei o camp e me foquei novamente. Uma semana depois que a luta foi marcada, começou a quarentena, continuei focado e treinando reservadamente com amigos que também lutariam no mesmo evento, mas o governo de São Paulo estendeu a quarentena e o evento foi adiado. É complicado, porque você faz sacrifícios, foca na luta e de repente recebe a notícia de que a luta não vai mais acontecer na data, mas não foi a primeira e nem a última vez que isso acontece. O treino segue 100% e estou em uma ótima forma. Infelizmente, essa pandemia veio para dificultar a vida de todo mundo”, disse o lutador.
Assim como diversos lutadores no Brasil, Acácio Pequeno possui uma atividade paralela ao seu trabalho como lutador e trabalha como segurança diariamente. Mesmo com o período de quarentena, a empresa onde o atleta trabalha manteve suas atividades, e mineiro falou como tem sido sua rotina diante da atual situação.
“Não tenho condições de ficar em quarentena. Claro que tomo as medidas de higiene que são recomendadas, mas graças a Deus eu trabalho em uma empresa de grande porte e eles não pararam. Trabalho todos os dias e à noite marcamos com os amigos que tem lutas marcadas para treinar somente entre a gente, com a academia fechada, e assim continuo o camp, já que, até então, a minha luta foi mantida para maio. Graças a Deus, a empresa em que eu trabalho de segurança continua funcionando, com todos os processos de prevenção ao coronavírus, e assim eu consigo pagar minhas contas no fim do mês. Tenho uma esposa e um filho de 2 anos. Ela é do grupo de risco, porque tem asma e bronquite, então ela parou de trabalhar e está realmente de quarentena em casa, e eu tento seguir a vida normalmente, sempre me precavendo para que eu não possa ser um meio de contágio para ela, então eu tomo bastante cuidado quanto a isso”, destacou Acácio, que por fim, falou de seu momento na carreira e a expectativa de disputar o cinturão meio-pesado do SFT futuramente.
“Eu venho de sete vitórias consecutivas, ganhei muita experiência e maturidade durante esse período. O SFT hoje é o evento que mais investe no MMA aqui no Brasil e fico honrado por ter mais uma oportunidade de mostrar trabalho. Nas minhas duas lutas na organização tive uma espécie de ‘drama’. Na verdade, as minhas últimas três lutas, todas tiveram um drama. Em uma eu sofri um acidente de carro horas antes do evento, na outra eu quebrei o pé no primeiro round, e na última eu lutei com o joelho lesionado e tive que fazer cirurgia após a luta. Estou fazendo o possível para dessa vez chegar 100% para a luta e fazer a melhor luta da minha vida até hoje. Acho que ganhando essa luta contra o Jailton Malhadinho eu mereço receber a chance de disputar o cinturão da categoria meio-pesado. Esse é meu plano, estar no topo da organização”, encerrou.