Médico especialista em psiquiatria analisa depressão entre lutadores do UFC

Publicada: 03/02/2023 - 10:16


O Dr. José Fernandes Vilas ainda alerta sobre os prejuízos que a automedicação pode causar e comenta crescimento de casos

Dr. José Fernandes Vilas – Foto: arquivo pessoal

O Brasil é o país da América Latina com maior número de casos de depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já em todo o mundo, a doença atinge cerca de 5% da população, e até mesmo nomes famosos. No mundo da luta, podemos citar atletas como Uriah Hall, Megan Anderson e Georges St-Pierre. Durante a pandemia, os casos aumentaram.

O médico especialista em neurologia e psiquiatria clínica Dr. José Fernandes Vilas comenta que, durante a pandemia, as pessoas que já tinham um quadro depressivo pré-existente desenvolveram alguma doença psiquiátrica, ou seja, evoluíram para depressão propriamente dita. Como resultado, aumentou também o consumo de remédios antidepressivos.

“Estudos mostram que pessoas que já vivenciavam um processo de adoecimento, abriram o quadro de alguma doença psiquiátrica durante a pandemia. Aquelas que já tinham a doença, tiveram piora dos sintomas. Ou seja, houve um aumento na gravidade dos sintomas e, com isso, as pessoas começaram a buscar mais medicações, principalmente antidepressivos, ansiolíticos e os indutores do sono”, comentou.

O Dr. José Fernandes Vilas explica que os medicamentos mais usados reajustam os neurotransmissores do bem-estar, felicidade e prazer. Porém, o efeito pode não ser o esperado quando o paciente consome esses remédios sem a orientação médica.

“Essa prática costumeira no Brasil de automedicação traz muitos transtornos à população. Os prejuízos são: vício da medicação, dependência, piora dos sintomas de algumas doenças psiquiátricas, intoxicação, rebaixamento do nível de consciência e a pessoa passa a viver de forma subclínica, mascarando o diagnóstico daquilo que poderia ser tratado como algo mais simples”, alertou.

“Às vezes, quando a pessoa se automedica, e chega ao consultório meses depois dessa automedicação, e os sintomas podem estar piores. O médico terá problema para passar a medicação para o quadro atual do paciente, e ainda terá de fazer um desmame dos remédios que foram usados errados”, completou.

O médico informa que os problemas de saúde mental mais comuns entre os brasileiros são: transtorno de humor depressivo, ansiedade generalizada, insônia e síndrome de esgotamento profissional, o Burnout. Ainda de acordo com o Dr. José Fernandes Vilas, existe um medicamento da medicina alternativa que pode ajudar nesses quadros, o Canabidiol (CBD). Mas, frisa a diferença entre ele e a Cannabis Sativa.

“A Cannabis Sativa possui mais de 510 tipos de fitocanabinoides, e uns desses tipos é o Canabidiol. O uso do CBD tem sido muito indicado para tratamento de insônia, depressão, ansiedade e Burnout. Ele tem pouquíssimos efeitos colaterais, quase zero. Quando consumido em uma dose ajustada, pode ajudar. No caso da depressão, geralmente, o CBD é associado ao antidepressivo. Já no caso de ansiedade e Burnout, o CBD pode ser usado de maneira isolada”, explicou.

“Mas, vale lembrar que todo tipo de tratamento, independentemente do uso da medicina alternativa, tradicional ou de antidepressivos, requer mudanças nos hábitos. O paciente terá que fazer higiene do sono, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física e ter contato com a natureza. O CBD pode ajudar sim, e muito, principalmente por não ter efeitos colaterais e não causar dependência. Mas, deve ser prescrito por alguém que é conhecedor e saiba ajustar a dose ou fazer associações que ajudam o paciente sem trazer transtornos futuros”, concluiu.

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