Mestres se colocam contra a exigência da faculdade de Educação Física para professores de lutas

Publicada: 07/05/2024 - 8:18


Chagas Bola vai contra a proposta – Divulgação

O Congresso Nacional fará, nesta terça-feira (7/5), uma audiência pública para tratar de um tema controverso: a regulamentação da profissão de instrutor de artes marciais e lutas. O ponto que mais provoca polêmica é a obrigatoriedade da formação em Educação Física e a ligação ao sistema Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e Conselho Regional de Educação Física (CREF) por parte desses profissionais.

Presidente do Sindilutas-RJ, Fabrício Xavier estará presente para argumentar contra a obrigação.

“É importante destacar que a questão já se encontra pacificada e exaurida, sendo um total retrocesso para a comunidade das artes marciais”, frisa Xavier.

“É um retrocesso”, disse Pederneiras. “As artes marciais não têm que se submeter ao CREF”, declarou Bustamante. “Não faz o menor sentido”, enfatizou Rizzo.

Na esfera municipal do Rio de Janeiro, o tema é observado de perto pelo ex-vereador e faixa-preta de jiu-jítsu Chagas Bola, que defende a manutenção do sistema atual e alerta para a possibilidade de demissão em massa no setor.

“É uma ideia totalmente descabida, porque, para a pessoa chegar à faixa preta, são anos e anos de experiência. Claro que ter outras qualificações nunca é demais, mas um faixa-preta está apto a dar aulas. Se essa lei for aprovada, poderá haver um desemprego em massa. Várias academias terão que demitir os professores. E quem vai substituí-los? É inaceitável, descabido, até cruel impedi-los de darem aula”, rebate o faixa-preta.

Um dos primeiros coordenadores do projeto social Geração UPP, com aulas gratuitas de jiu-jítsu em comunidades cariocas, Chagas aposta no esporte como ferramenta de transformação social. O projeto, iniciado na Cidade de Deus, já atendeu mais de 4 mil crianças e vem formando campeões. Segundo ele, há muitos exemplos de jovens de comunidades carentes que ascenderam economicamente graças à faixa preta, conseguindo emprego como instrutores dentro e fora do Brasil e até mesmo abrindo suas próprias redes de academias.

“A gente deveria estar discutindo sobre como facilitar o acesso desses profissionais a outras graduações, e não obrigá-los. Eu até concordo com a criação de um órgão regulamentador para testar a aptidão do faixa-preta para dar aula, mas obrigá-los a fazer uma faculdade de quatro anos, eu já acho demais”, frisa.

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