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Está chegando a hora, e neste fim de semana (8 e 9), a Arena Carioca 1, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, recebe o Mundial de Jiu-Jitsu da CBJJD. Válido pela última etapa da temporada 2021/22 do Circuito Rio Mineirinho, o campeonato vai contar com várias atrações, entre elas disputas de Parajiu-Jitsu.

A expectativa da organização segundo Rogério Gavazza, presidente da CBJJD, é receber paratletas de todo o Brasil, com destaque para Manaus e Rio de Janeiro, em um trabalho que vem sendo realizado em conjunto com a Federação Brasileira de Jiu-Jitsu Paradesportivo (FBJJP).

No meio desse processo estão dois faixas-preta: Marcelo Vinicius, responsável pela ONG Cria, e Leandro Lucas, professor da Monteiro e presidente da FAJJP. Empolgados para a disputa do Mundial, eles falaram sobre o crescimento do Parajiu-Jitsu e projetaram a competição no Rio.

Marcelo Vinicius mira visibilidade

Faixa-preta 3º grau, Marcelo ajuda crianças e famílias através da arte suave há 22 anos, e em 1996 teve a chance de conhecer o Diogo Oliveira (V8), uma criança portadora da Síndrome de Lennox–Gastaut e que viria a mudar sua vida. Desde então, se dedica ao Parajiu-Jitsu e virou referência.

“Hoje, além de liderar a ONG Cria, sou técnico da seleção carioca de Jiu-Jitsu Paradesportivo e diretor da FBJJP. Ao longo dos anos me tornei referência nas adaptações, potencializando estratégias em todas as classes funcionais com êxito e usando o Jiu-Jitsu como ferramenta de inclusão, socialização e reabilitação do PcD”, explicou Marcelo, que continuou:

“O Parajiu-Jitsu teve grande crescimento a nível nacional e mundial, com a participação de paratletas em competições de alto rendimento em todos os continentes e juntando praticantes de vários países. Percebemos essa expansão chegando também na CBJJD, que faz um trabalho de total confiança, respeito e tratamento igualitário para os paratletas, dando oportunidade e mais visibilidade”.

Leandro Lucas cita força do Norte

Celeiro de grandes campeões como José Aldo, Ronaldo Jacaré, Xande e Saulo Ribeiro, e mais recentemente Mica Galvão – entre outros -, o Amazonas também mostra sua força no Parajiu-Jitsu. Professor em uma filial da equipe Monteiro Jiu-Jitsu, presidente da FAJJP e paratleta, Leandro Lucas citou as dificuldades, mas fez questão de ressaltar a garra do lutador amazonense.

“Para sairmos do Amazonas nossa logística é sempre mais complicada, mais cara, pois estamos distantes do eixo Rio/São Paulo. A única opção além de avião são oito dias de estrada, mas mesmo assim a seleção amazonense vai com 12 atletas e em busca do que é nosso no Mundial da CBJJD. Os treinos estão duríssimos, no nosso verão de 45º e com açaí todo dia”, disse o faixa-preta.

Por fim, Leandro falou sobre a “saga” para chegar no Rio de Janeiro e parabenizou o trabalho da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Desportivo em prol do Parajiu-Jitsu: “Sempre contamos com o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de Manaus, mas como é época de eleição ficamos de fora. Vamos de carona em uma avião cargueiro da Força Área, para dura para pessoas com deficiência, mas seguiremos firmes na luta pela causa da inclusão. A CBJJD está de parabéns por valorizar a nossa classe em um grande evento”, encerrou.

O Mundial de Jiu-Jitsu Desportivo, vale lembrar, também irá determinar os campeões do ranking 2021/22. Entre as atrações estão o tradicional Desafio Superlutas, desta vez entre seleções dos estados do Mato Grosso do Sul e Rio Janeiro, além das disputas normais e uma homenagem especial para os GMs João Alberto Barreto e Álvaro Barreto. Através do YouTube, a TATAME irá transmitir ao vivo o Desafio Superlutas e as finais do adulto faixa-preta no sábado (8). Já no domingo (9), será a vez do Mundial Kids.