Pablo Corrêa destaca trabalha como professor e valoriza Jiu-Jitsu como ferramenta de transformação social

Publicada: 07/07/2025 - 11:04


Pablo Corrêa superou desafios e hoje dedica sua vida à formação de atletas – Foto arquivo pessoal

Faixa-preta da renomada equipe Atos Jiu-Jitsu, Pablo Corrêa é um exemplo de perseverança, superação e dedicação ao esporte. Natural do Rio Grande do Sul, Pablo iniciou sua trajetória no Jiu-Jitsu no ano de 2001 em uma filial da equipe do bicampeão mundial Mário Reis, sob a orientação do professor Matias Ribeiro (atualmente na Espanha), e logo de cara ele se apaixonou pelo esporte. Ele trocou o terno pelo kimono ao abandonar a faculdade de direito em busca do sonho de ser um atleta profissional de Jiu-Jitsu. E sua primeira experiência em competições foi marcante: uma vitória por finalização no Campeonato Gaúcho da FJJ-RS.

“Desde quando comecei a treinar Jiu-Jitsu eu tinha o sonho de ser atleta. No início eu conciliava com a faculdade de Direito, mas depois de um certo tempo eu abandonei a faculdade e passei a me dedicar ao Jiu-Jitsu. Em 2003, já treinando com o professor Guto Campos, eu lutei o meu primeiro campeonato grande, o Brasileiro de Estreantes, e conquistei a terceira colocação. No final desse mesmo ano fui graduado à faixa azul, fui campeão do Sul-Americano da IBJJF finalizando todas as lutas, e decidi que era isso o que eu queria para a minha vida”, contou Pablo, que logo começou a cursar a Faculdade de Educação Física.

Diante dos bons resultados, ele foi promovido à faixa-roxa e, em 2008, embarcou para os Estados Unidos com o objetivo de competir o Mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF. Nessa época seu professor Guto Campos estava lutando pela Rickson Gracie Jiu-Jitsu Academy e Pablo teve a oportunidade de treinar por um curto período de tempo com Kron Gracie, em Los Angeles. Além da oportunidade de treinar com o filho de uma lenda, ele conquistou títulos importantes como o IGrap San Diego e um terceiro lugar no American National.

Reviravolta na carreira

Após a grande experiência nos EUA, Pablo voltou ao Brasil em 2010 e foi graduado à faixa-marrom de Jiu-Jitsu pelas mãos do professor Guto Campos, que passou a integrar oficialmente a equipe Atos Jiu-Jitsu. No entanto, sua trajetória no esporte teve uma reviravolta inesperada: ele foi diagnosticado com um câncer. Após superar a doença, sofreu uma lesão no joelho que o afastou das competições. Esses obstáculos o fizeram redirecionar sua energia para o ensino, tornando-se professor e líder de uma filial da Atos/Guetho Jiu-Jitsu em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre.

“Logo que peguei a faixa-marrom eu comecei a me dedicar a dar aulas, pois a minha ideia era conciliar a vida de professor com a carreira de atleta, mas nesse tempo fui diagnosticado com um câncer e isso foi muito impactante, fez minha vida dar uma grande reviravolta. Enfrentei a doença e me curei, mas quando estava voltando a treinar forte para retomar as competições, rompi o ligamento cruzado anterior do joelho e passei mais tempo no estaleiro. Essas situações me fizeram abdicar da vida de atleta, e foi quando passei a me dedicar à carreira de professor”, explicou Pablo.

Pablo está à frente de um projeto social que oferece aulas de Jiu-Jitsu para crianças carentes – Foto arquivo pessoal

Em 2013, Pablo Corrêa foi promovido à faixa-preta pelo mestre Guto Campos. Desde então, vem se dedicando intensamente à formação de novos atletas, com destaque para nomes como João Pedro Bolek, Matheus Araújo, Bruno Heidler e Tiago Scalco, hoje radicado nos EUA e vice-campeão mundial de Jiu-Jitsu.

“Voltei a competir na faixa-preta neste ano, mas sigo treinando diversos atletas e formando novos professores. Hoje consigo focar em ser head coach, em desenvolver o planejamento estratégico da academia e liderar uma equipe de outros professores. Além disso, estou à frente de um projeto social que oferece aulas de Jiu-Jitsu para crianças carentes. O projeto foi desenvolvido em parceria com a prefeitura de Guaíba e atualmente atendemos no ginásio municipal da cidade nos bairros São Jorge e Cohab mais de 120 crianças, com idade entre 7 e 15 anos”, concluiu Pablo.

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