Presidente do SFT celebra evolução do evento e revela metas ousadas para 2019; veja

Publicada: 04/02/2019 - 16:41


Por Mateus Machado

Desenvolvido no ano de 2013, o SFT passou por quase cinco anos sem eventos, no entanto, se tornou uma das franquias mais prestigiadas no MMA nacional em 2018, a partir do momento em que David Hudson assumiu a presidência da franquia, fazendo com que a companhia realizasse mais eventos e causando uma grande mudança na forma de gestão da empresa, com inovações dentro e fora do cage.

Com nove edições realizadas em sua história, sendo seis delas somente em 2018, e uma já em 2019, o SFT tem planos ousados para a sequência de sua trajetória, que envolve a realização de eventos fora da cidade de São Paulo, a ida para outros países, além de uma atenção especial ao MMA amador, que consiste em uma futura criação de uma liga nacional, tornando o esporte mais profissional com o passar dos anos.

“Eu não quero ser uma liga paulista e ‘apenas’ ser uma liga nacional, eu quero ser uma liga brasileira de qualidade internacional. Nós planejamos sair de São Paulo e ir para o Rio de Janeiro, Brasilia, México, Estados Unidos, seguir as regras e fazer do jeito certo. Eu tenho uma visão diferente. Não adianta fazer como todos fazem, porque o mercado já está muito competitivo. É por isso que vamos começar a fazer coisas diferentes, com eventos que tenham uma seleção paulista contra uma seleção carioca, uma seleção brasileira contra uma mexicana, e por aí vai… Eu cobro sempre que as lutas sejam boas”, disse o presidente da organização, David Hudson, em entrevista à TATAME.

Confira a entrevista completa com David:

– Chegada ao SFT

O meu primeiro SFT, o primeiro que trabalhei, foi na quinta edição. Foi quando eu decidi que era o que eu queria fazer e me dedicar 100%. Tudo melhorou… Desde a parte da produção, iluminação, gráficos, a qualidade das lutas. Eu também comecei a dirigir a produção a partir da oitava edição e realmente não dá para comparar. Do primeiro ao quarto e do quinto para o novo evento, foi uma virada muito grande, não só para quem vê da televisão, mas também para quem assiste no ginásio. Tornamos o evento mais interativo e vamos trazer mais coisas ainda.

– Dificuldades e projetos em relação ao SFT

A maior dificuldade, realmente, é quebrar o costume de fazer as coisas do jeito que eram feitas. Quando eu pedia algo, me falavam: ‘Mas presidente, não é assim que se faz no Brasil’. Se for fazer como se faz no Brasil, não adianta fazer, porque ninguém chegou lá. Eu não quero ser uma liga paulista e ‘apenas’ ser uma liga nacional, eu quero ser uma liga brasileira de qualidade internacional. Nós planejamos sair de São Paulo e ir para o Rio, Brasilia, México, Estados Unidos, seguir as regras e fazer do jeito certo. Eu tenho uma visão diferente. Não adianta fazer como todos fazem, porque o mercado já está muito competitivo. É por isso que vamos começar a fazer coisas diferentes, com eventos que tenham uma seleção paulista contra uma seleção carioca, uma seleção brasileira contra uma mexicana, e por aí vai… Eu cobro sempre que as lutas sejam boas, proíbo favorecer atletas e é por isso que tenho três matchmakers com visões totalmente diferentes. Um deles é lutador do UFC, o Marcos Rogério “Pezão”, e eu sei que está certo quando os três não concordam em conjunto, é assim que eu gosto.

– Inspiração em Dana, família Gracie, própria característica e importância ao MMA amador

Eu continuo estudando todos os grandes nomes do esporte, desde a família Gracie até o Dana White. São pessoas muito inteligentes, que fizeram grandes coisas. Só que ao mesmo tempo, eu sou diferente deles. Acredito que não só no MMA, mas nenhum esporte tem um presidente como eu. Eu quero ser diferente para destacar a nossa liga. Sou acessível para todos e tenho para mim que em primeiro lugar tem que estar o atleta, em segundo lugar a organização, por isso sempre procuro melhorar a vida do atleta, com bônus e as melhores condições possíveis. Tenho contato direto com todos, procuro ouvir os fãs, ouvir as sugestões deles. Outra coisa que procuro dar importância é o esporte amador, vejo que não dão valor para o MMA amador aqui no Brasil. Deveriam saber que o amador de hoje é o campeão profissional de amanhã. Quero subir a qualidade do esporte amador no Brasil.

David Hudson fez projeções ousadas para a sequência do SFT (Foto: Divulgação)

– Diferenciais da organização

Nosso tratamento com os atletas é totalmente diferente em relação a qualquer outra organização no Brasil. Fora do Brasil eu não sei, mas não tem presidente tão acessível como eu. Tomamos conta dos lutadores, damos bônus de desempenho e, com isso, a qualidade das lutas aumento. Todos concorrem ao bônus, desde o amador até o principal. Então, dependendo do desempenho e do bônus, um atleta amador pode ganhar mais dinheiro que um atleta que esteja no card principal. Atualmente nós estamos cobrindo todos os custos de viagem, entre outras coisas, a gente vê que isso não é feito por muitos eventos brasileiros. Muitas organizações no Brasil pagam os atletas com ingressos, os próprios atletas tem que vender os ingressos para receber dinheiro. Isso é uma coisa que sou totalmente contra. Eu quero que o atleta chegue preparado somente para lutar, e não preocupado com outras coisas. Também acredito que quando comecei no SFT, só estavam deixando dois corners entrarem junto com o atleta, e eu mudei para três, mais uma vez visando o progresso do lutador, para ele ter o melhor tratamento possível.

– Próximos passos do SFT

2018 foi realmente para acertar o show, acertar minha equipe e colocar tudo em ordem. Estamos avaliando outros lugares melhores para fazermos nossos eventos, mas a grande novidade é que vamos fazer edições fora de São Paulo. Já estamos quase fechando uma edição no México, negociando possibilidades no Rio de Janeiro, Brasília e Estados Unidos. Além disso, queremos criar uma liga nacional, uma “seleção brasileira” de MMA. É um dos nossos objetivos principais.

– Projeções para os próximos anos

Meu plano não é ser o melhor hoje. Eu penso projetando em três, cinco, dez, quinze anos. Quero criar uma liga nacional que esteja aqui para sempre, favorecendo o desenvolvimento dos atletas. Sei da importância do YouTube e das redes sociais hoje em dia, é uma nova geração e eu quero ir atrás disso. Quero ir atrás dos fãs do UFC, do Bellator, mas vamos concentrar em atrair os mais jovens.

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