Professora de dança exalta ginástica artística brasileira e explica relação entre as modalidades

Publicada: 14/08/2024 - 18:17


Carine é oito vezes campeã mundial de salsa – Arquivo Pessoal

Por Leonardo Fabri

Mais uma vez a ginástica artística brasileira encheu a nação de orgulho. Capitaneada por Rebeca Andrade, ouro no solo, a equipe verde e amarela, em Paris, obteve uma das melhores participações do país na modalidade em Jogos Olímpicos, com um total de quatro medalhas. Uma das principais características das ginastas brasileiras é a ginga, muitas vezes atrelada à dança – e isso também passa pelas escolhas das músicas instrumentais tocadas durante as apresentações.

Essa associação entre ginástica e dança não é por acaso. A dança desempenha um papel fundamental na coreografia das ginastas. Professora de dança há 28 anos, a brasileira Carine Morais explicou como funciona o impacto da dança na concepção das coreografias e nas apresentações das ginastas.

“A dança desempenha um papel fundamental na ginástica artística, pois proporciona uma base sólida para a expressão corporal, a fluidez dos movimentos e a conexão com a música. A habilidade de interpretar e transmitir emoções através da dança enriquece as performances, tornando-as não apenas teaccnicamente impressionantes, mas também emocionalmente envolventes. A dança também aprimora a coordenação, o ritmo e a graça, elementos essenciais para alcançar uma execução harmoniosa e impactante na ginástica artística”, detalhou a professora.

“Estou fascinada com as coreografias apresentadas pelas ginastas brasileiras em Paris. A leveza mesclada com a força nos saltos. Cada vez mais a dança cresce dentro dos solos e deixa a performance ainda mais sensacional. As meninas foram sensacionais e impecáveis. E não posso deixar de comentar o quanto foi emocionante para todos nós brasileiros, sem contar o quanto vibramos, choramos e comemoramos com elas”, completou.

Inclusive, a própria Carine, que é uma das maiores autoridades no ritmo salsa no mundo, colaborou para a coreografia da ginasta brasileira Flávia Saraiva nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.

“Enviei um vídeo para a Flavinha por meio do coreógrafo da seleção brasileira de ginástica artística Rhony Ferreira, em 2019. Conheci o Rhony em um evento em Curitiba, e ele me pediu uma referência para ajudar na coreografia da Flavinha, onde tinha uma parte de salsa. Enviei um vídeo ensinando como fazer as posições das mãos e braços na salsa. As posições e movimentos de mãos e braços são muito similares aos movimentos que usamos na salsa”, disse Carine.

“Os braços são usados no equilíbrio, velocidade e impulsão. Mas também trazem beleza, elegância, energia, musicalidade e feminilidade. Os movimentos de braços que compõem as coreografias usadas nos solos, ajudam na parte artística, deixando a coreografia dinâmica nos momentos onde as ginastas não estão executando os movimentos obrigatórios ou os saltos espetaculares”, completou.

Natural de Fortaleza, Carine Morais é oito vezes campeã mundial de salsa e acumula uma quantidade expressiva de outros títulos na dança, incluindo um tricampeonato do World Salsa Open, em Porto Rico; Six Degrees, no Canadá; um tricampeonato do World Latin Dance Cup, nos EUA; e um World Salsa Championship, também nos EUA.

Um dos maiores nomes do cenário da dança mundial, a brasileira atualmente dá aulas, ministra workshop pelo mundo – já passou por mais de 30 países e cinco continentes – e é jurada dos principais campeonatos de salsa do mundo, como Latin Dance Crown, em Orlando; The Summit, em Nova Jérsei; e Euroson Latino, no México.

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