Vereador Marcos Dias homenageia 155 mães atípicas em cerimônia emocionante na Câmara do Rio

Publicada: 16/05/2025 - 9:21


Foto: Cícero Rodrigues

Na noite da última sexta-feira, 16 de maio, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro foi palco de uma homenagem histórica: 155 mães atípicas — vindas de bairros como Santa Cruz, Guadalupe, Anchieta, Magalhães Bastos e tantas outras regiões da cidade — foram reconhecidas publicamente por sua luta incansável na criação de filhos com neurodivergência, em especial com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A sessão solene, proposta pelo vereador Marcos Dias (Podemos), presidente da Comissão de Direitos Humanos, foi marcada por emoção, acolhimento e fé. Cada uma das mães recebeu uma moção de louvor e reconhecimento, com seu nome lido em plenário. A pastora Naiane Câmara, mãe da Bella, uma menina com autismo não verbal, foi agraciada com a Medalha Chiquinha Gonzaga, uma das maiores honrarias da Casa Legislativa.

O evento também prestou homenagem ao grupo infantil 3 Palavrinhas, que recebeu moção de louvor por sua contribuição à inclusão e à conscientização através da música. O grupo encantou o público com a apresentação da canção “Diferente, igual a gente”, que celebra a diversidade e tem alcançado milhões de crianças no YouTube.

Pastor André Câmara, diretor do projeto, destacou:

“A música apresentada é a mais visualizada do canal, e isso mostra que as crianças de hoje estão mais preparadas para viver num mundo que respeita as diferenças. Queremos somar nossa voz com a dessas mães e famílias que lutam todos os dias.”

Entre as homenageadas, o sentimento era unânime: pertencimento.

Luciana Mello, professora e mediadora, compartilhou:

“Hoje a gente começou a ter voz. Ser mãe atípica é carregar o mundo nas costas em silêncio. Sonho com o dia em que também seremos acolhidas. Porque se não estivermos bem, não conseguimos cuidar dos nossos filhos.”

Elaine Santos, agente-auxiliar de creche, também recebeu moção e reforçou:

“A luta é dura, na escola, nas terapias, em casa. Mas ver esse reconhecimento mostra que não estamos sozinhas. Essa homenagem nos dá esperança.”

O vereador Marcos Dias subiu à tribuna com um discurso carregado de sensibilidade e verdade:

“Essas mães enfrentam todos os dias batalhas que ninguém vê. Mas hoje, nesta Casa, elas foram vistas. Cada nome lido é um grito de coragem. Cada homenagem é um abraço coletivo da cidade do Rio de Janeiro.”

Em sua fala, Naiane Câmara emocionou o plenário:

“O diagnóstico da Bella chegou como um silêncio ensurdecedor. Mas foi nesse silêncio que ouvi a voz de Deus. E descobri que minha dor tinha propósito. Que o amor que me move é o mesmo que me fortalece.”

A cerimônia não foi apenas um gesto simbólico — foi uma afirmação pública de que as mães atípicas existem, resistem e merecem ser reconhecidas. Foi também um convite para que mais vozes se somem à causa, por mais inclusão, mais respeito e mais dignidade para essas famílias.

Recomendado para você


Comentários