Anderson Silva está com a mesma motivação de quando era campeão, afirma especialista em inteligência emocional Marcos Bulhões

Publicada: 17/08/2021 - 11:14


Um dos maiores campeões da história do MMA – para muitos, o maior -, Anderson Silva se notabilizou não apenas por sua habilidade técnica fora da curva, mas também por um poder mental capaz de intimidar oponentes já na encarada pós-pesagem. Entretanto, parece que o veterano perdeu esse fator de desequilíbrio na reta final de sua carreira no octógono, tendo como ponto de partida a primeira derrota para Chris Weidman, em julho de 2013.

Depois de Weidman, duas vezes, incluindo a fatídica lesão na perna, Anderson ainda sofreu outras cinco derrotas – com um “no contest” (luta sem resultado) contra Nate Diaz e uma vitória burocrática sobre Derek Brunson nesse intervalo. Nem de perto parecia o “Spider” de atuações memoráveis contra Forrest Griffin, Vitor Belfort e Yushin Okami. Mas parece que a chama que havia se apagado foi reacendida em sua retomada no Boxe, no alto de seus 46 anos de idade.

É o que afirma o especialista em inteligência emocional e escritor Marcos Bulhões, que desde abril vem fazendo parte, mesmo que virtualmente, da preparação de Anderson Silva. Para ele, o “Spider” vai nocautear Tito Ortiz no segundo round na luta que está marcada para 11 de setembro, em Los Angeles (EUA). Sua previsão não é baseada em técnica de Boxe, mas, sim, na leitura do momento vivido por ambos.

“O que eu percebo é que eles vão para a mesma luta, mas com motivações diferentes. Quando você está no UFC, você tem um nível de exigência. Depois, se você vai para o Bellator, por exemplo, como foi o caso do Tito Ortiz, esse nível diminui. Ou seja, o Tito está na em uma frequência; enquanto o Anderson, que migrou do UFC direto para uma luta contra um ex-campeão mundial de Boxe, segue no mesmo ambiente desafiador”, explica Bulhões.

Anderson Silva vai enfrentar Tito Ortiz em duelo de Boxe no dia 11 de setembro (Foto: Divulgação)

Inclusive, o próprio “Spider” fez questão de agradecê-lo logo após a performance que teve diante do ex-campeão mundial Julio Cesar Chavez Jr. em julho deste ano. Mais que vencer, o lutador brasileiro dominou o anfitrião em pleno estádio Jalisco, esbanjando confiança.

“Foi difícil fora do ringue, mas graças a Deus deu tudo certo. Tu é parte desta vitória. Obrigado”, disse Anderson em mensagem enviada a Bulhões logo após o combate.

Em coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira para promover o evento, Anderson Silva destacou o bom momento que vive.

“Estou bastante animado para fazer esse show para os meus fãs. Vai ser a primeira vez que eu vou lutar em Los Angeles, onde moro há muito tempo. Realmente estou muito empolgado. Lutar é o que eu amo fazer. Lutar é minha vida. Eu estou muito feliz, porque o Tito é uma lenda há muitos anos. Eu assisti o Tito durante muitos anos e tenho muito respeito por ele. Sou um grande fã”, declarou o veterano.

Para contrastar os momentos, Marcos Bulhões lembrou da primeira derrota de Anderson para Chris Weidman, que culminou na perda do cinturão peso médio do UFC e na quebra de uma invencibilidade que perdurava há 17 lutas – em sete anos. Ainda dentro do octógono, Spider, pela primeira vez como ex-campeão, surpreendeu a todos ao dizer que se sentia aliviado por não precisar mais carregar a pressão que carregava até então.

“Numa das nossas primeiras conversas, eu perguntei a ele como foi perder para o Weidman, sobre o que ele sentiu. Ele disse que antes da luta chegou para a esposa e disse: ‘Amor, se eu ganhar, eu vou me aposentar. Foi a primeira vez na vida que eu falei ‘se eu ganhar’, ele me disse. Por que ele disse aquilo naquele momento? Porque emocionalmente, aquele lugar de destaque estava fazendo mal para ele”, recordou o escritor.

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