Apoiado por programa das Loterias Caixa, projeto social de lutas atende crianças e jovens de Manaus

Publicada: 01/12/2021 - 15:03


Turma de Luta Olímpica do núcleo de Manaus do projeto social apoiado pelo programa “Loterias Caixa Mais Lutas” (Foto: divulgação)


À medida em que a prática de artes marciais se torna cada vez mais comum entre crianças e jovens no Brasil, é cada vez mais necessário promover incentivos e práticas que contribuam de forma constante para o desenvolvimento dos esportes de combate no país. Pensando nisso e visando descobrir novos talentos – ao mesmo tempo em que também forma cidadãos com ensinamentos e disciplina oriundos das artes marciais -, a Loterias Caixa lançou o “Loterias Caixa Mais Lutas”, programa de investimento em projetos sociais do segmento.

Idealizado por Regina Pereira de Souza, presidente da Associação Latina de Desenvolvimento Esportivo, Cultural e Ambiental (ALDEeA), o programa Loterias Caixa Mais Lutas foi lançado este ano e está sendo dividido por núcleos fixados em comunidades com baixo IDH, com objetivo de mostrar às crianças e jovens de baixa escolaridade, ou seja, vulneráveis ao crime, um caminho possível que os leve a uma vida digna.

Um dos núcleos está situado em Manaus, no Amazonas, mais precisamente no bairro de Novo Aleixo. Responsável geral, Ewertton Bezerra tem a missão de gerenciar o espaço juntamente com Rômulo Sena (responsável pedagógico) e Joaquim Viana (responsável administrativo). Em entrevista, Ewertton trouxe mais detalhes sobre a parceria com o projeto “Loterias Caixa Mais Lutas”.

“A demanda que a gente tem no esporte é uma busca de inclusão. Esse projeto Mais Lutas das Loterias Caixa em parceria com o núcleo que estamos desenvolvendo dentro da Associação Parque Goiabinha, em Manaus, é de fundamental importância, porque oferece para aquele sujeito que está alocado dentro da escola, mas que precisa de um complemento, de atividades motoras, que possam estar incentivando a prática da atividade física, e eu entendo nesse conceito que o esporte desenvolvido pelo projeto Mais Lutas é um esporte de meio e não de fim, então ele busca fazer a inclusão do sujeito dentro da prática de atividade física. Hoje, eu penso muito que a saída para que a gente possa ter o esporte como meio de desenvolvimento do indivíduo vai nos levar muito mais a alcançar os sujeitos que vão praticar esse esporte como fim, que são os casos das modalidades competitivas”, disse Ewertton, que prosseguiu logo na sequência.

“Particularmente, nessa associação a gente tem uma grande amplitude de área, mas eles ainda não tinham começado os trabalhos, pois se trata de uma associação sem fins lucrativos, que não tem apoio político, é uma iniciativa privada. Nesse ponto, a gente começou do zero o projeto lá na comunidade. Atualmente, temos uma perspectiva de 240 vagas e estamos atuando hoje, com um mês e meio de projeto, com 40% dessas vagas. O que está sendo feito é uma busca constante dentro das escolas, aproveitando esse encerramento de ano e de férias, para que eles possam entender a inclusão dessa atividade dentro do dia a dia deles. Temos atividades no horário da manhã e da tarde, praticamente todos os dias. Nesse ponto, estamos tentando fazer a maior divulgação possível desse projeto, visando aumentar essa capacitação, além do que, nós temos uma capacitação constante dos professores que estão alocados com a gente dentro do projeto nas duas modalidades, na Luta Olímpica e no Jiu-Jitsu”.

Tendo em vista que Manaus é um grande celeiro de talentos nas artes marciais, casos de José Aldo, Ronaldo Jacaré, Ketlen Vieira, Xande Ribeiro, entre outras feras, Ewertton Bezerra salienta que o objetivo do núcleo está, principalmente, direcionado à formação de bons cidadãos, e que em caso de surgimento de novos talentos nos esportes de combate, os mesmos serão encaminhados para federações locais que trabalhem com o mesmo propósito do núcleo.

“Nesse momento, nós não temos uma visualização de tirar pessoas/atletas visando o alto rendimento, tanto para o Jiu-Jitsu quanto para o MMA. Nós queremos mesmo é despertar o esporte frente a essas crianças e adolescentes. Claro que podemos ter o surgimento de um talento que pode ser cultivado ao longo do tempo. Dentro do projeto, temos a possibilidade de ter um horário que vai trabalhar de forma mais específica aqueles sujeitos que se destacarem dentro das duas modalidades. Frente a isso, numa continuidade, nós estamos buscando parcerias com as federações. O Jiu-Jitsu tem uma particularidade, tendo em vista que só aqui em Manaus, temos três federações. Estamos vendo aquela que tem um nível organizacional melhor, para que quando for identificado esse sujeito, a gente possa encaminhar para alguma das associações que desenvolvem a modalidade em alta performance. O mesmo está sendo feito para a Luta Olímpica, que tem centros de treinamento aqui em Manaus. Para o ano que vem, inclusive, estamos vendo a possibilidade de fazer desse local um ponto em que a seleção amazonense possa vir fazer alguns treinos com a criançada, visando motivá-los ainda mais”.

Responsável pedagógico do núcleo de Manaus, Rômulo Sena também exaltou a importante parceria com o programa “Loterias Caixa Mais Lutas” das Loterias Caixa e, assim como Ewertton Bezerra, deu detalhes de como é realizado o trabalho com as crianças e jovens do projeto, como conta a seguir.

“Diante dessa parceria, a gente consegue perceber que é fundamental esse projeto Mais Lutas das Loterias Caixa, porque a partir desse vínculo, a gente consegue ter um maior acesso a materiais esportivos, como a possibilidade de contratar um profissional especializado para estar atuando diretamente com a comunidade. Isso é extremamente necessário. Diante do ponto de vista pedagógico, nós precisamos ter pessoas que possam desenvolver atividades não só com a ideia da luta, mas que essas atividades possam ter características diferenciadas, pois o profissional tem uma formação, e a partir dessa formação ele pode proporcionar conhecimento, identificando as fases em que as crianças estão, e a partir daí, sugerir, através das atividades, uma melhor possibilidade de desenvolvimento delas.

Temos uma organização de horários que segue um planejamento pedagógico, com atividades distribuídas durante toda a semana. Cada professor tem autonomia para desenvolver suas atividades de acordo com a proposta pedagógica implementada, buscando entregar uma atividade integradora a partir da modalidade desenvolvida. Apesar de sermos um grande celeiro de talentos, nosso trabalho visa especificamente integrar os beneficiários à sociedade, tendo o esporte educacional como um primeiro passo para a construção da cidadania. A ideia principal seria a questão da parte pedagógica, a influência da iniciação esportiva. A partir disso, a meta é ter o esporte como meio, e não como fim, onde as crianças poderão trilhar caminhos nos quais eles possam, tanto interagir com a comunidade, como desenvolver suas habilidades para o dia a dia, para a construção de uma nova sociedade”, concluiu.

Vale ressaltar que o programa “Loterias Caixa Mais Lutas” das Loterias Caixa, além de Manaus, possui núcleos no Rio de Janeiro (Rocinha) e também no Rio Grande do Norte (Tibau do Sul). A estimativa é que o programa impacte 100 mil pessoas direta e indiretamente, entre alunos, familiares e vizinhos das comunidades.

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