Dançarina brasileira conquista prêmios mundo afora unindo arte, yoga e jiu-jítsu

Publicada: 29/11/2023 - 13:16


Campeã em festivais internacionais, Amália Mayer é referência em zouk brasileiro e leva ensinamentos dos tatames para os salões

Parceria entre Amália e Kadu já dura 13 anos – Foto: Arquivo pessoal

Por Leonardo Fabri

Condecorada nos salões mundo afora por seu trabalho com danças a dois, especialmente na modalidade zouk brasileiro, a paulista radicada em Curitiba Amália Bibiane Mayer possui diferenciais que podem ser comparados a de atletas de MMA. Isso porque, além das habilidades artísticas, a bailarina mescla em seu repertório atividades como arte cênica, yoga e jiu-jítsu.

“O Yoga me trouxe títulos e o jiu-jítsu, disciplina.”, aponta a bailarina, que possui em seu vasto currículo conquistas em importantes festivais internacionais ao lado de seu parceiro de dança Kadu Santana, como os prêmios Desterro, Fest Art Darin, BR Dance Festival e Sports and Ballroom FIDES; e trabalhos reconhecidos na icônica Cia de Dança Jaime Arôxa e também para o Governo do estado de São Paulo.

Assim como a lenda do boxe Evander Holyfield creditou o título mundial a aulas de alongamento com uma professora de balé, Amália Mayer também reconhece que suas conquistas e o ícone que ela se tornou dentro das danças de salão têm influência total dos alongamentos vindo do yoga, atividade que ela se profissionalizou e pratica há mais de 10 anos.

O contato com o yoga veio ainda na faculdade de Comunicação Social e Artes com ênfase em Relações Públicas, cursada na Pontifícia Universidade Católica de do Paraná (PUCPR). Ao longo do curso, Amália Mayer integrou as companhias de balé e teatro da universidade e, devido à entrega de seu corpo às atividades artísticas, sofreu com lesões provenientes da ultrapassagem dos limites de seus movimentos.

“Comecei a ter muitas lesões no corpo, muitas dores, me machucava muito, forçava alongamentos… a gente tem isso dentro do balé, dentro da dança, uma cobrança excessiva para ter os alongamentos mais maravilhosos. Como comecei a ter muitas lesões e isso me estressou muito, eu descobri o yoga. Foi onde eu fiz a minha primeira especialização.”, lembra a dançarina.

“Isso me abriu as portas para uma vida inteira e faz parte de mim até hoje. Dentro do yoga, além do autoconhecimento que a gente tenta buscar todos dias, eu sigo aprendendo a respeitar o meu corpo, os meus limites, a entender que um dia eu estou equilibrada e que no outro dia eu não estou, que um dia a coreografia deu certo e no outro, não. O yoga entrou na minha vida através da dança.”, completa.

Junto com seu parceiro de dança Kadu Santana, com quem dança há 13 anos, Amália leva até hoje os benefícios do yoga a seus alunos de dança, seja bolero, forró, dança de gafieira ou na lambada zouk – ou zouk basileiro. Esse tempero a mais permite que pessoas das mais variadas idades e formas físicas possam destravar o corpo e colocar em prática suas coreografias.

“Isso foi mudando a vida dos nossos alunos, pois temos uma forma diferente de trabalhar, que é mostrando que a dança é para todos os corpos, para todas as idades e isso me emociona bastante porque a gente tem tantos alunos crianças quanto um aluno de 88 anos. Todos dançam, todos podem, e isso é graças à consciência que o yoga me trouxe.”, destaca Amália.

Outro elemento adicionado por Amália e Kadu no estilo de dança e ensino do casal são as artes cênicas. Formada na escola de atores e atrizes Wolf Maya, a paulista radicada em Curitiba, assim como o seu parceiro no salão, levam o teatro, o contato, o improviso para suas coreografias, dando uma personalidade ímpar ao estilo ostentado pelo casal e, consequentemente, seus alunos.

Por fim, Amália Mayer também afirma a sua gratidão pelo aprendizado nos tatames. Aluna da Gracie School Pinheiros, localizada na capital paulista, a faixa-branca terceiro grau aponta os professores Vitor Faracini e Dene Vital como fundamentais para o seu atual estilo de vida, que, segundo ela, a ajudou a se encontrar ainda mais dentro da dança.

“Sou bastante hiperativa, tenho dificuldade de concentração. O yoga me traz muita concentração, assim como a dança. E o jiu-jítsu traz o respeito por isso, a disciplina. Tenho um amor incondicional pela minha escola, porque eles me receberam muito bem, sempre cuidaram muito do meu corpo com muito respeito porque eles sabem que eu sou dançarina, bailarina.”, reconhece.

“Eles me ensinam que a hiperatividade faz parte, mas que, acima de tudo, a gente respeita nosso corpo, e é possível fazer luta sendo bailarina, sendo dançarino. É possível conquistar títulos, como eu conquistei, apresentar coreografias no dia seguinte ao treino. Na Gracie, eles preparam o nosso corpo gradativamente, sem pressa, respeitando o tempo, e essa paciência é muito especial.”, finaliza.

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