Em alta no evento ACA, brasileiro revela os desafios em lutar na Rússia e sonha com o cinturão; confira
Por: Redação
Publicada: 17/03/2021 - 9:26
Por Mateus Machado
Responsável por revelar inúmeros atletas para as maiores organizações de MMA ao longo dos últimos anos, a Rússia também vem contando cada vez mais com lutadores brasileiros em seus principais eventos. É o caso de Walter Pereira Jr., popularmente conhecido como “Junior Preto”, que faz parte do plantel do ACA (Absolute Championship Akhmat) na categoria peso-galo. Na última sexta-feira (12), o paulista foi um dos grandes destaques do ACA 119, realizado em Krasnodar, ao vencer Nikolai Baikin por finalização (katagatame) no segundo round. O resultado foi importante para Junior, que agora contabiliza quatro triunfos e duas derrotas lutando pela franquia russa.
Com 32 anos e um cartel de 16 vitórias e cinco reveses no MMA profissional, Junior Preto luta pela organização russa desde 2017, quando a mesma ainda se chamava ACB (Absolute Championship Berkut). Na expectativa para se destacar cada vez mais no ACA, o atleta da CM System conversou com a TATAME e, além de reforçar o sonho em se tornar campeão peso-galo na companhia, destacou os duros desafios que teve pela frente desde que foi contratado.
“Só peguei pedreira ao longo da minha trajetória na organização e acho que eles já viram que sou um perigo para a categoria, tanto é que divulgam isso nas redes sociais. Entrei no evento para ser campeão, quero trazer o cinturão para o Brasil e ficar o máximo possível com esse título. Considero que estou no Top 10 da categoria e me considero pronto para qualquer desafio que vier”, afirmou o casca-grossa, que luta profissionalmente no MMA desde 2005.
Veja a entrevista completa com Junior Preto:
– Vitória contra russo no ACA 119
Foi um dos meus melhores desempenhos, porque consegui ter a leitura do jogo. Como já estou há um tempo na organização, a gente começa a entender o que é competir da forma que eles competem, a gente se encaixa no jogo do evento. Vi que o caminho era colocar para baixo, conseguimos desempenhar isso e a minha parte de Wrestling, grappling, é o meu diferencial, então conseguimos colocar na grade, colocar para baixo e foi um desempenho sensacional, uma hora eu sabia que meu adversário daria brechas para eu pegá-lo.
– Adaptação ao evento russo ACA e trajetória na organização
Já estou há muito tempo na organização, fiz lutas quando ainda era o ACB. Na verdade, lutei pelo Akhmat, que depois se juntou ao ACB, um duelo que fiz contra o Said Nurmagomedov, uma luta onde considero que venci, mas deram para o cara, e a gente sabe como é na Rússia, não podemos deixar na mão dos árbitros. Sobre minha trajetória no evento, venho de quatro vitórias e duas derrotas, e no primeiro revés que eu tive, para o Magomed Magomedov, meu pai havia falecido há um mês e eu não estava bem, mas sem desculpas. Perdi para dois ex-campeões, o Magomedov e o Shamil Shakhbulatov. Venho buscando o Top 10, acho que mereço estar ali.
– Desafios em lutar na Rússia e ‘pedreiras’ que encarou lutando pelo ACA
O fato de lutar na Rússia, com o tempo, você pega o trâmite, como lutar, a forma que eles tratam os atletas, questão de fuso horário, a gente vai se moldando conforme conhecemos o jogo dos caras. Não podemos deixar nunca o resultado na mão dos juízes, apesar de hoje ter uma comissão atlética, os russos estão entendendo o que é o MMA. Em meio a isso, venci o Kanat Keldibekov, que vinha de oito vitórias consecutivas, também derrotei o Thiago Gaia, que vinha de sete triunfos em sequência e consegui vencer por nocaute. Nessa minha última luta, o adversário era campeão nacional pelo Pancrase, é instrutor do UFC Gym em Moscou, então não era qualquer um. Estou feliz com meu desempenho e motivado para ir em busca de cada vez mais vitórias.
– Elogios à estrutura oferecida pelo evento russo
Tenho o maior orgulho de lutar na Rússia por conta do evento. Muitos brasileiros se embaralham justamente nisso, na forma de competir deles, a galera sai na mão mesmo, e com o tempo, você aprende a competir e fazer o jogo. Não tenho do que reclamar, só agradecer, é o evento que mudou minha vida. Espero que os brasileiros consigam ter essa leitura de jogo dos russos, de como se portar na Rússia com a alimentação, temperatura, formas de treinamento, a viagem é muito longa… Você precisa traçar uma boa estratégia, senão você vai sentir muito a questão da perda de peso, o clima do país, tempo de viagem e o estresse que tudo isso causa. Hoje, já me sinto confortável e totalmente adaptado.
Já passei por diversos eventos no Brasil e hoje estou no ACA, evento que considero o segundo maior do mundo, pelo tamanho da Rússia e pela visibilidade que o evento tem dentro da Europa, sem contar na quantidade de edições que eles promovem no ano. A estrutura que eles têm é absurda, em todos os sentidos, desde o hotel que a gente fica hospedado até os ginásios onde lutamos, é tudo cinco estrelas. Considero que tenho muito mais a fazer, estou no meu auge físico, cada vez mais experiente e preparado. Meu objetivo é o cinturão. Bati duas vezes na ‘trave’, venci minha última luta e já estou pensando no próximo desafio. Tenho o objetivo de ser campeão, mas principalmente, quero dar uma condição de vida para minha família. O cinturão é o meu sonho e também do meu falecido pai, e eu vou chegar lá.
– Expectativa de disputar o cinturão futuramente
Só peguei pedreira ao longo da minha trajetória na organização e acho que eles já viram que sou um perigo para a categoria, tanto é que divulgam isso nas redes sociais. Entrei no evento para ser campeão, quero trazer o cinturão para o Brasil e ficar o máximo possível com esse título. Considero que estou no Top 10 da categoria e me considero pronto para qualquer desafio que vier. A estratégia agora é manter a pegada e, quando aparecer a oportunidade pelo título, vou agarrar com unhas e dentes.