Faixa-preta brasileiro aplica sistema de treinamento próprio para combater a insegurança entre jovens nos EUA

Publicada: 16/04/2024 - 16:17


Brasileiro já formou mais de 150 faixas-preta – Divulgação

por Leonardo Freitas

Faixa-preta de jiu-jitsu 6º grau reconhecido pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IBJJF, na sigla em inglês), ou seja, a um passo de pegar a faixa coral (7º grau), o amazonense Fábio Aníbal levou toda a sua experiência adquirida ao longo de mais de 30 anos de tatames para servir de base para melhorar a vida de norte-americanos através da filosofia e dos movimentos da arte suave.

Hoje radicado em Atlanta, nos EUA, Fábio Aníbal aplica no Club Aníbal Jiu-Jitsu o que ele batizou de Sistema de Treinamento Aníbal, que busca associar as aptidões físicas com as técnicas, como explica o próprio criador do método.

“Costumo dizer que o jiu-jitsu é infinito, para todos e a maior terapia que existe. Um grande xadrez humano. Quase todos os dias surge um movimento novo, adaptado, e isso pode ser usado pelo indivíduo, com a devida característica física a esta posição“, pontua Fábio Aníbal, que vem da escola Osvaldo Alves, aluno direto do criador do jiu-jitsu, Carlos Gracie, e precursor da modalidade no estado do Amazonas

“O que funciona para uma pessoa, talvez não funcione a outra, então criamos um sistema de treinamento que impulsiona o aluno a buscar as suas habilidades dentro do Jogo, associando as aptidões físicas com as instruções técnicas. Esse é o caminho do nosso sistema de treinamento. É um processo que inclui o físico, mental e emocional. Quando alcançado, os ganhos são eternos”, complementa.

O principal objetivo do Sistema de Treinamento Aníbal é aproximar o aluno do autoconhecimento, para torná-lo confiante a partir dos seus pontos positivos e também os negativos, seja dentro ou, principalmente, fora dos tatames, na vida social, combatendo males comuns às gerações atuais, como ansiedade, alienações virtuais e depressão.

Fábio Aníbal projeta efetivar o sistema em outras praças do solo americano através de unidades de sua academia, gerar oportunidades e preparar novos professores para ampliar o alcance do jiu-jitsu como ferramenta de inclusão e transformação.

“O jiu-jítsu é um dos esportes que mais cresce no mundo. Ele traz um processo de aprendizagem muito prazeroso que reflete na rotina social dos praticantes”, esclarece.

Fábio já formou cerca de 150 faixas-preta ao longo de quase três décadas, muitos deles professores que seguem propagando a filosofia da escola Osvaldo Alves através do que foi repassado por Fábio Aníbal. Atualmente, são mais de 2.500 alunos ao redor do mundo.

“A responsabilidade é enorme em multiplicar esses conhecimentos. Me sinto privilegiado por ter essa escola como formadora. Quando olho para trás, só agradeço a tudo. Cada esforço, cada lágrima, cada aprendizado, cada tempo dedicado ao jiu-jitsu. Hoje tudo isso faz muito sentido. Tudo me fez crescer, me fez mais forte. ‘O tempo é o divino talismã da felicidade’, então movimente-se”, destaca o experiente professor de jiu-jitsu.

Como competidor, nos anos 90, Fábio Aníbal foi campeão pan-americano no Havaí; brasileiro no Rio de Janeiro; conquistou o absoluto do Open New York; foi vice-campeão mundial; e medalha de bronze no Mundial de Master. Como professor, também deu suporte a grandes nomes das lutas, como Melqui Galvão – pai de Mica Galvão -, a lutadora do UFC Ketlen Vieira, o multicampeão mundial do jiu-jitsu, o ex-UFC Antônio Braga Neto, Felipe Aníbal, três  pódios em Mundiais, entre outros.

“Hoje temos eventos ao redor do mundo inteiro. Muitos finais de semana tem quatro, cinco, seis grandes eventos no mesmo dia. São milhares de competições, praticantes e admiradores. Alcançou muita gente e continua surpreendendo aqueles que acreditam. Os grandes eventos são realizados aqui nos EUA. Muitos professores migraram para cá e contribuíram para a construção de um jiu-jitsu de alto nível. Associado à cultura de valorização ao esporte na América e à grande  estrutura existente, esse movimento ainda crescerá bastante”, acredita.

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