Renê Soldado celebra vitória em evento russo e bônus ‘histórico’ de US$ 50 mil: ‘Vai mudar minha vida’

Publicada: 31/05/2021 - 17:31


Por Mateus Machado

Aos poucos, Renê Soldado vem construindo uma trajetória de sucesso na Rússia. Na última sexta-feira (28), o brasileiro entrou em ação no card do ACA 123, realizado em Moscou, e em uma luta emocionante, derrotou Alexey Efremov por nocaute técnico no terceiro round, quando a luta já entrava no último minuto. Foi a segunda vitória consecutiva do atleta, agora sobre um adversário que é considerado por muitos como um dos melhores strikers (especialistas na trocação) da Rússia.

Em entrevista à TATAME, Renê, atualmente com 32 anos e um cartel de 24 triunfos e sete derrotas no MMA profissional, fez uma análise completa do seu desempenho ao longo do combate e, apesar do problema sofrido no nariz durante o confronto, sua superioridade física em relação ao russo foi fundamental para conseguir o resultado positivo já nos últimos instantes do embate.

“Foi uma luta dura e a gente já esperava por isso. Muita gente classificou como um duelo de estilos, de um striker contra um grappler, mas a galera esquece que eu não só apenas um grappler, sou um finalizador. Se eu vir a chance de nocautear ou finalizar, vou pra cima. Graças a Deus, a maioria das minhas vitórias são por finalização, mas é porque é o meu carro-chefe, mas eu também venho muito bem na trocação, estou trocando bem com grandes strikers. A luta foi duríssima, logo no primeiro round, eu machuquei o nariz e isso dificultou a respiração e o raciocínio na luta, porque escorre muito sangue. Tentei seguir o plano, mas o primeiro round foi muito parelho, difícil de pontuar.

No segundo, voltei melhor, coloquei meu jogo em prática, apliquei uma queda, peguei as costas e dominei mais da metade, então acho que naquele momento, tava empatado. No último round, tive que ir para a trocação mesmo, porque fiz muita isometria nos outros dois rounds e eu já estava muito machucado, então decidi ir pra guerra de vez (risos). Sentia que minha mão ia entrar, porque eu estava mais rápido que ele. Insisti no Boxe e deu certo, graças a Deus. Foi uma vitória importantíssima, por todo o contexto da luta, que foi uma batalha e rendeu o primeiro bônus da história do ACA de US$ 50 mil, então a própria organização gostou muito da minha performance. Na outra luta já havia recebido o prêmio de finalização da noite, agora foi a performance da noite, então estou muito satisfeito com o que eu apresentei”, deatacou.

Renê Soldado emplacou sua segunda vitória seguida no ACA (Foto: Divulgação/ACA)

Além do resultado importante, Renê Soldado fez história e se tornou o primeiro lutador da história do ACA (Absolute Championship Akhmat) a receber o bônus de Performance da Noite, faturando 50 mil dólares (pouco mais de 260 mil reais na cotação atual). Animado com o prêmio, o lutador destacou que pretende investir o dinheiro na tão sonhada casa própria.

“Foi o primeiro bônus de performance de US$ 50 mil da história. Mostra que o ACA não está limitado apenas aos russos, que era o pensamento de muita gente. A gente quebrou esse paradigma e levou esse bônus pra casa. Aproveitei para agradecer a organização nas minhas redes sociais, porque muda minha vida. O ACA valoriza muito os atletas brasileiros, e isso é só mais uma prova, o bônus para um atleta brasileiro. Aquele sonho da casa própria vai se aproximando da realidade, estou muito feliz. Vai mudar muito a minha vida, dos meus filhos, da minha família, então estou muito feliz. Valeu cada porrada que levei, cada gota de sangue derramado”, disse o casca-grossa, que aifmrou ainda estar pronto para disputar o cinturão peso-médio do ACA num futuro próximo.

“Minha próxima meta é lutar pelo cinturão, sem dúvida. Eu tenho três vitórias na categoria, com duas finalizações e um nocaute. Teve ainda uma luta que eu fiz na Polônia (contra Bartosz Lesko, no ACA 114, em novembro do ano passado) onde a decisão da arbitragem foi muito tendenciosa. Nessa luta, muitos sites especializados me deram os três rounds, eu já acho que ganhei dois e perdi um. Mas, no final das contas, fui derrotado por pontos, o que interrompeu minha sequência de vitórias. Se eu não tivesse sido ‘garfado’, seriam quatro vitórias em quatro lutas no ACA, então sinto que estou preparado para disputar o título, representar o Brasil e trazer esse cinturão para casa”.

Por fim, Renê Soldado fez um breve panorama de sua carreira no MMA, que teve início profissionalmente em 2011, e ressaltou sua satisfação com os organizadores do ACA, reforçando o desejo de se tornar campeão na organização russa. No entanto, o brasileiro a possibilidade de ir para o UFC caso a oportunidade apareça em algum momento da sua carreira.

“Rodei em muitos eventos, dentro e fora do Brasil, mas com o ACA o relacionamento sempre foi muito bom desde o início, além de boas lutas. Estou muito feliz de estar no ACA, além de me sentir valorizado financeiramente e em todos os sentidos. Não me vejo fora da organização no momento, meu foco está 100% no cinturão da minha categoria, quero ser campeão mundial pelo ACA. Só que, se eu saísse por algum motivo de lá, seria para o UFC. Não sairia para o Bellator, ONE Championship, PFL e outras organizações. É a marca mais forte, não tem como. Existe muita vida fora do UFC, sou prova disso, mas é a marca mais dominante e acho muito difícil deixar de ser. Então, só sairia nessa possibilidade”, finalizou.

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