Ximu e Murillo Neto falam sobre medidas da GB Praia em meio à pandemia e analisam cenário do Jiu-Jitsu
Por: Redação
Publicada: 20/05/2020 - 16:13
Atualmente com 44 anos de idade, Gustavo Ximu dedicou grande parte da sua vida às artes marciais. Ainda da época do Vale-Tudo, o casca-grossa acompanhou a transição para o MMA, onde construiu um extenso cartel de 23 vitórias e 10 derrotas na modalidade. Tendo feito sua última luta profissional em 2013, o faixa-preta não quis saber de deixar o mundo das lutas e embarcou para um novo desafio: o foco no Jiu-Jitsu, colecionando diversos títulos nacionais e mundiais.
Campeão Brasileiro e também Pan-Americano em 2019, Ximu concilia seus feitos dentro dos tatames com a missão de ministrar aulas e passar ensinamentos aos alunos da Gracie Barra Praia, equipe que comanda ao lado do professor Murillo Neto. Em tempos de pandemia por conta do coronavírus, Murillo falou sobre os impactos da crise sanitária no dia a dia da equipe, localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
“A academia foi criada em 2012, com foco no time de competição. Dois anos depois, o professor Gustavo ‘Ximu’ Machado foi convidado para se unir ao time e hoje ele desempenha uma posição de liderança fundamental para o sucesso do grupo, já que desde o final de 2016 fui fortalecer a Gracie Barra nos Estados Unidos, competindo ativamente no circuito internacional da IBJJF e voltando apenas para as graduações e os camps de treinamento especificamente. Com a suspensão dos treinos e competições por conta do coronavírus, o problema vai direto na nossa raiz. Nossos atletas não estão esperando uma aula online como vem parecendo ser a tendência no mercado. Nossas sessões de sparring a preparação técnica não são replicáveis dessa forma.
O próprio fato de eu e o Gustavo Ximu liderarmos a equipe, por exemplo, foi interrompido. Estava tudo indo conforme o planejado. No final do ano de 2019 me sagrei campeão mundial No-Gi pela IBJJF, numa final duríssima com o Baret Yoshida. No ano anterior, o Ximu já havia sido campeão mundial No-Gi pela IBJJF, fazendo a final com o Luke Harris, mostrando que estávamos na direção certa. Mas até isso estamos impedidos de fazer no momento”, relatou Murillo Neto.
Por outro lado, Gustavo Ximu revelou como ele e Murillo têm procurado fazer com que seus alunos da Gracie Barra Praia mantenham-se ativos e minimamente em forma. Além disso, o faixa-preta ressaltou que a academia respeitará todos os protocolos aplicados pelas autoridades em relação a um possível retorno das atividades em um futuro próximo.
“Nosso sistema de treinamento tem uma presença muito forte na parte psicológica dos atletas. Nossa manobra foi canalizar nossa energia para esse elemento, apresentando ferramentas para fortalecer a mente, desde artigos, estudos para leituras, até conversas pessoais, fora toda a preparação física extra tatame, com um treino funcional. A estrutura da Gracie Barra Praia é aberta. Nós vamos respeitar o protocolo dos membros responsáveis, porque nossa prioridade é manter o bem estar da sociedade. Em alguns locais fora do Brasil já estão voltando as aulas, como a academia do Professor Vinicius Draculino, no Texas (EUA). Se possível, vamos seguir as normas da Gracie Barra e iremos adaptar para as normas do nosso governo e autoridades locais”, destacou Ximu, que por fim, afirmou estar confiante numa boa recuperação do Jiu-Jitsu pós-pandemia.
“De maneira geral, acho que o Jiu-Jitsu vai voltar muito bem. Algumas pessoas vão ficar receosas, mas outras que não faziam atividades físicas e passaram a conhecer o Jiu-Jitsu através das lives vão ajustar o mercado. No nosso caso, muda bastante coisa. No treino, vamos continuar nossa estratégia, mas como professores e líderes do time, vamos ter que rever toda a nossa estratégia. Murillo Neto, eu e os faixas-preta da equipe analisamos os atletas por performance interna entre os membros do grupo, conhecimento técnico, capacidade de aplicação do conhecimento, capacidade de ensinar ou absorver conhecimento, e então temos as graduações e o calendário de campeonatos que cada um vai lutar. Essa pandemia simplesmente interrompeu nosso processo de avaliação e graduação, o que reflete diretamente nos nossos objetivos futuros na inscrição dos atletas nas devidas categorias, transições de faixas e manejo de atletas para fortalecer outras escolas da Associação Gracie Barra. Apesar disso, estamos confiantes em dias melhores”, concluiu.